segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Diário de viagem do Rio de Janeiro

Este é meu primeiro post desse ano. Tenho muitas coisas a contar, a falar, mas aqui, agora, acho inevitável, com entusiasmo, transformar este pequeno espaço virtual num diário de viagem. Porque cheguei do Rio de Janeiro anteontem, sábado, onde passei o reveillon, e há muitas coisas a falar, a contar, a registrar. Se a função de blog ou um diário é, entre outras coisas, registrar no papel (ainda que virtual) os relatos, sentimentos, e aquilo que a memória, no passar do tempo, se apagam, é muito importante escrever, escrever, e escrever. Registrar. Não sei para quê, mas falar. Contar. Triste talvez, penso agora, que estou contando essas coisas a este papel virtual e não a um amigo, mas tudo bem, não é esta a reflexão de hoje.
Pois bem. Loucura de fim de ano. Viajei sozinho para o Rio de Janeiro, para passar o reveillon 2009-2010 lá. Peguei o onibus em Curitiba às 8 da noite do dia 30 e cheguei às 9 da manhã do dia 31. Passei dia 31 e dia 1º de janeiro lá. Voltei dia 1º, à noite, chegando de volta em casa dia 2, pela manhã.
Nada muito relevante sobre a viagem de ida. Não consegui dormir direito, o que é raro para meu relacionamento com os onibus; geralmente caio no sono antes que partam. A poltrona tinha uma parte que abria, na frente, para que esticassemos as pernas sobre ela. Não sei explicar direito. Pena, esqueci de tirar uma foto disso, entre as 1010 (mil e dez!) fotos que tirei. Mil fotos em dois dias é meu novo recorde de fotos tiradas.
Estava chovendo muito quando cheguei. Engraçado que saí de Matinhos, onde tradicionalmente as ruas se alagam, para enfrentar alagação no Rio de Janeiro. É, as ruas estavam alagadas. Cheguei e fui direto pro Catete. Já havia me informado antes, telefonado e tal, e o Catete dia 31 ia fechar ao meio-dia; não iria abrir dia 1º, então isso se tornou meu primeiro compromisso. Uma coisa foi engraçada. Fui perguntar pro cara do equivalente à URBS de lá, onde parava o onibus pra ir pro Museu da República. "E onde é o museu da república?", respondeu, com o sotaue carioca. Museu da República é o nome atual daquilo que um dia foi o Palácio da Catete. Achei engraçado que o próprio carioca, morando na cidade, não soubesse disso. Os onibus lá são por numero, não por nome. Gostei mais assim. Por sinal, gostei muito do transporte público de lá. Tinha que pegar o 178 ou o 179. A pronúncia de como todos chamam os onibus é numeral e numeral, e não a centena inteira, ou seja um-sete-oito, ou um-sete-nove. Preferia o um-sete-nove, que ia pela Praia Vermelha, mas o um-sete-oito já estava lá, e como não sei quanto tempo os onibus demoram por lá, peguei o um-sete-oito mesmo. Desci onde a cobradora avisou. Ainda chovendo, andei por uma rua e achei, o Catete. Em frente, as ruas completamente alagadas. Enfrentei um tradeoff, uma escolha. Podia esperar baixar, mas o Museu fecharia ao meio-dia, ou podia enfiar o pé na água. Não havia caminho alternativo. Desse modo, logo após ter chegado, inundei tênis, meia, e parte da calça (mesmo dobrada) enfrentando o alagamento carioca. Usaria o mesmo tênis e meia pelos próximos dois dias, mas tudo bem. Secou. Hehee.
O museu é legal. Gosto de coisas velhas. Por sinal, gostei muita da cidade por ter o que defini como "espírito". Nem todas cidades tem um espirito. Não senti um espirito em Belo Horizonte, tampouco em Blumenau. Não sei se essa é a definição correta. Daqui a pouco vão me criticar assim como se critica os gerencialistas por falar em "cultura" organizacional, mas isso é um blog, santo Deus! Continuando... O espirito da cidade. É uma coisa assim meio envelhecida, sabe como? Como um bom vinho, envelhecido. Todas cidades tem um centro histórico, e lá estão as peças raras, da história e tal. No Rio, para qualquer canto que você vá, existe algo historico ali, um pedacinho de história. Os prédios velhos, alguns bem conservados, outros não. Não ficam restritos a um centro histórico, são sim toda a cidade. Gosto de coisas velhas e envelhecidas, como um bom vinho, ou uma boa amizade.
Saindo do Museu, passei em frente a um hostel. Hostel é a rede também conhecida como Abergue da Juventude. Existe no mundo inteiro. Pessoas associadas (por sorte levei minha carteirinha) podem se hospedar em quartos coletivos, por preços bem abaixo dos cobrados pelos demais hotéis, no mundo inteiro. A carteirinha custa só 20 reais a nacional, e 40 reais a internacional. É bem bacana. Entrei mais por desencargo de consciencia, pra não dizer que não tentei. Assim, minha intenção era não gastar dinheiro, e como a virada do ano no Rio entra madrugada adentro, minha intenção era virar a noite, madrugada adentro, na praia. Já fiquei muito mais que 24 horas acordado, e uma noite em claro, 30 horas acordado, seria totalmente factível. Mas sei lá por que entrei, pra perguntar. "Você tem vaga, quarto?" "Tenho sim, uma só. Desistencia" Pensei: ok, agora o preço e você desiste. Dependendo, desistiria mesmo. "80 reais". Acabou saindo por 76, com o desconto adicional pra estudante. Não é assim barato barato, mas achei razoável para a ocasião. Depois ela comentou que o preço normal é bem abaixo, 40 e pouco, mas na alta temporada (reveillon, carnaval, eventos esportivos) todos dobram os preços. "Você é sortudo, um monte de gente já entrou aqui perguntando a mesma coisa, e não conseguiu". Pois é, sorte, que bom. Acabei ficando. O lugar é legal, limpo, aconchegante e seguro. Tem até  internet! Por falar em segurança, realmente estava com receio nesse áspecto, mas achei a cidade bem segura. Não notei em nenhum momento qualquer rompante de perigo. Está certo que devo reconhecer que fiquei no nível daquela artificialidade de mundo em que vive a classe média, protegida do mundo real, ignorando o mundo real. Fiquei dentro da artificialidade, não vi a verdadeira cidade, o verdadeiro Rio, as favelas e tal, mas dentro dessa artficialidade do circuito Catete-Copacabana-Ipanema, me senti totalmente seguro.
À tarde, fui pro Pão de Açucar. Peguei o Metrô. Nesse momento, quase vazio. Tranquilo e rápido. Gostei. Fiz conexão do metrô com um onibus, com o mesmo ticket pra chegar no Pão de Açucar. Já falei que gostei do sistema de transporte público de lá, né? O Pão de Açucar é legal. Subir de bondinho e tal. Não sei se tem muito o que contar. A vista é linda, impressionante. Sai meio deprimido porque foi nesse momento que foi completamente por agua abaixo maus planos que gastar bem pouco. Tinha uma lojinha de souvenirs lá em cima, e bem..  bem, eu gosto de souvenir. Que droga, acabo de perceber que também não tirei foto da grande e bonita sacola de papel (daquele papel bom, sabe como?) da loja de souvenirs. Mil fotos, e ainda ficou coisa sem tirar foto. Enfim...
Depois queria ir pro Cristo, mas já tava tarde. Até tentei ir, mas ou me deram informação errada, ou se enganaram, ou sei lá. Fiquei uma meia hora esperando o onibus indicado para o Cosme Velho, pro Cristo, mas não passava. Como já ia fechar mesmo (disseram que fechava às seis, e já era cinco), desisti e deixei pro dia seguinte. Voltei pro hostel e descansei um pouco enquanto a camera recarregava. Acho que fiquei mais num hotel pra ter uma tomada que outra coisa.
À tardezina, resolvo ir pra Copacabana, onde ia ter os fogos e tal. Não queria ir muito cedo, pra não ficar esperando e tal, então propositalmente dei um tempo. Saí umas sete. Parei um tempo numa igreja, antiga e bonita, não sei qual é, fica no Largo do Machado, que também é onde fica a estação do metrô. Comprei flores pra jogar no mar. As flores, mais por ritual. Um ritual que nunca fiz, mas é bom fazer coisas novas, quando se está em lugares novos, não? Aí veio a surpresa. O metrô estava fechado pra venda de passagens, aberto apenas pros passageiros. Armaram um esquema especial para o reveillon. Venderam ingressos antecipados, com o horário de embarque pré-determinado, para que não houvesse tumulto e acúmulo de pessoas num só horário. Assim, tinha uma série 19-20 horas, outra 20-21 horas e assim por diante até meia-noite. O mesmo cartão valia pra volta entre meia noite e 5 da manhã. Lógico que não sabia disso. Tinha um cambista na porta, mas só tinha cartão pra série de 22-23 horas. Ia ter que esperar até às dez da noite? Que merda! Ainda bem, logo depois, achei outro que consegui um ticket de 20-21 horas. Paguei pra ele 10 reais, ao invés dos 5 reais no preço oficial, mas é justo. Tive que esperar só mais 15 minutos e embarquei. Saindo do metrô, lembrei da tese do estouro da boiada, e segui a multidão. Ela certamente saberia o caminho por onde seguir. Duas quadras depois, cheguei à praia de Copacabana, em frente ao famoso Hotel Copacabana Palace. Fiquei por áquela área, que era a area principal. Na praia, um palco armado, onde cantores se apresentavam. O único que me interessei em ver foi o Hebert Vianna, do Paralamas. O resto ignorei. O som tava um merda. Da beira da paria, onde fui depois observar os fogos, não dava pra escutar nada. E veja, eu sou o cara que odeia aparelhagem de som. Pra mim, podia ser tudo "in natura", como nas óperas. Abomino o uso de microfone e amplificação. Então pra eu reclamar que faltava isso, é por que estava ruim mesmo. Mais perto da hora, uma verdadeira multidão se agloremou, se juntou, perto e perto, pra caber todo mundo. Não tão aglomerado quanto o metrô lotado que peguei pra chegar ali, mas muita gente mesmo. Fogos bonitos, muito legal mesmo. Sinceramente, esse foi o momento mais chato pra mim. Diferentemente da visita aos pontos turisticos, ao museu, que pode ser feita individualmente, este é um momento de interação social. E eu estava sozinho, sem nenhum amigo. No momento seguinte à virada, todos ao redor abraçando seus amigos, eu olhei ao meu redor e não havia ninguem para abraçar. Apenas sussurrei um "feliz ano novo". Vi os fogos, realmente bonito. Cenas engraçadas, como uma longa fila para usar a lateral (sim, a lateral!) do banheiro quimico instalado na praia. Pessoas bêbadas, enfim...  Fui embora era umas duas da manhã. Fila gigantesca para pegar o metrô, aglomeração dentro dele. Voltei, dormi.
Dia 1º de janeiro. Pela manhã, café da manhã no hostel. Gostei, legalzinho. Fui me informar, e descobri que ia ter um "FavelaTour" saindo dali, à tarde. Fiquei entusiasmado, pretendia voltar pra pegar, mas a demora e o atraso no Cristo me impediriam. Uma pena, por que queria conhecer as favelas, mas talvez tenha sido melhor assim. Quem pega esses FavelaTour são os estrangeiros, a classe média, ou seja, gente com o olhar estranho, de turista, que apenas quer ver o freak da questão. Algum dia ainda quero voltar mas para conhecê-las por dentro, não num passeio ao zoológico, mas sua essência. Algum dia.
Fui ao Corcovado, onde fica o Cristo Redentor. A fila para entrada no bondinho, uma espécie de trem, vermelhinho e bonitinho, quase dava a volta no quarteirão. Há dois métodos para subir no corcovado. Por esse trenzinho, que é o jeito oficial, ou pela estrada de carro. Na frente, havia serviço de vans, que transportava os passageiros pela via de carros. Nesse momento, ainda achava que conseguiria voltar a tempo para pegar o FavelaTour, então fui de van. Uma pena, já que o passeio no trenzinho teria sido legal, mas tudo bem, não é nada essencial o que perdi. A van pegou congestionamento na estrada e não foi assim tão mais rápida que a fila que teria que esperar, mas tudo bem. Há uma parada no mirante da floresta da Tijuca; ali já achei a vista impressionante, sem saber a vista que me aguardava no Cristo. Chegamos. Para entrar, mais uma loonga fila. Um casal, que também estava na van na qual subi, foi por fora, cortando a fila, pois a moça estava grávida. Fui seguindo eles, perto mas não junto, daquele meu jeito impercepitível. Eles passaram na frente. Cheguei atrás, no carinha da recepção "estou junto com a moça grávida", ele não disse nada, só fez sinal pra eu passar. Hehee. Furei a fila. Nesse ponto, pode-se pegar um elevador, ou subir os 320 degraus. Óbvio que optei pelos degraus, afinal, onde está a graça do troço?! Quase que tinha mais gente lá do que na praia no reveillon, uma verdadeira multidão, mal dava pra andar. Ajoelhei-me perante o Cristo. Foda-se o que os outros pensaram. As orações que fiz são minhas, não é pra se escrever aqui. A vista, lá de cima, é assombrosa. Verdadeiramente impresionante. E olha que não sou desse tipo de gente que se impressiona or qualquer coisa, que acha tudo que é natureza ou monumento bonito, etc e tal. Realmente não sou. Mas fiquei abismado com aquele local. Fiquei lá muito tempo, umas duas horas. Depois desci.
Àquela hora, já era tarde, tipo umas quatro da tarde. Meu onibus de volta era às oito da noite, então tinha tempo para apenas mais um passeio. Não sabia onde ir, entre tantas opções e tão pouco tempo. Lembrei de um conselho: quando você não sabe para onde ir, vá para a igreja. Fui perguntar pro motorista da van, um cearense, como chegava, qual onibus pegava pra chegar, na catedral principal da cidade. "Ah, estou indo lá pra perto, tenho que pôr gás (no carro). Te dou uma carona". Acho que não pensei na hora, ou fui meio louco, por que aceitei uma carona, de um desconhecido, em pleno Rio de Janeiro. Entrei. O sujeito andou um monte. Passou por um viaduto, uma área pobre. Fiquei com medo, realmente. Pensei que ia dar merda, muita merda. Mas ele parou e me deixou em um lugar, com indicações para eu andar mais umas quadras, até chegar ali. Supostamente era o centro da cidade. O antigo centro. Velho e decrépto. Inóspito. Pouquissimas pessoas nas ruas. Algumas pessoas dormindo na rua, desmaiados de bêbados. Fui andando, parei, pedi mais informações, era pra andar mais ainda. Fiquei com medo de assalto, etc. Nessa altura, já havia  feito o checkout no hostel, desde da hora que fui pro Cristo, logo, estava com uma grande mochila nas costas. Você só teme quando tem o que perder. Enfim..  cheguei numa igrejinha, nomeada igreja presbiteriana. Bonitinha, mas pequena. E fechada, só vi por fora. Definitivamente não era a catedral metropolitana da cidade, um dos pontos turisticos da cidade. Ficou comprovado que, assim como o sujeito da rodoviária que não sabia onde era o museu da república, o carioca não sabe onde fica seus próprios pontos turisticos. Essa tese vai ser reforçada daqui a pouco, espere. Enfim..  Achei um taxi. Perguntei o preço. Pra iIanema, 30 reais. Não. Pra rodoviária, 20. Não. "Então me deixa em algum lugar pra pegar um onibus". 10 reais, até a estação central de onibus. Ainda bem que consegui sair daquele lugar.
Na estação central de onibus, pedi informação pra um guarda, e peguei um onibus pra Ipanema. Não sou grande fã de praia, e pra mim, praia é tudo igual, no Rio de Janeiro ou em Matinhos, mas como é famosa, etc e tal, e um programa acessível às poucas horas que me restavam ali, decidi ir pra lá. Onibus quase vazio. Perguntei pra cobradora, uma mulher meio gorda e mau humorada, se ia pra Ipanema. "O ponto final é General Osório", respondeu, rispida, como se eu fosse um expert. "Tá, e..?", respondi. Será que não passou por sua cabeça que existem turistas na cidade? "General Osório é Ipanema". Perguntei se era perto do Posto 9. O posto 9 é conhecido point de Ipanema, área nobre, onde os famosos frequentam. "Ah, essa coisa de posto não sei não", respondeu. Aí está. O carioca não conhece sua cidade. E alguém que deveria dar informações de transito! Enfim..  uma passageira, muito simpática por sinal, me informou que era sim, bem perto. Saindo, o onibus passou em frente à Central do Brasil. Toda aquela região é muito velha e abandonada. Logo a seguir, ao parar em um sinalerio, vi, paradas junto à paredes, umas 3 mulheres, com roupas bem desinibidas, não sei se pelo calor ou outros motivos. Não sei se julgo errado, mas pelo próprio jeito com que se portavam pareciam prostitutas. Se estavam ali, em plena luz do dia, imagine como não deve ser essa zona à noite. Deve ser, bem..  uma zona mesmo. Rsrss. Não lembro quem foi que disse que você não conheçe realmente uma cidade até conhecer suas prostitutas e seus traficantes. Essa frase/conceito/pensamento não é meu, tenho certeza que ouvi em algum lugar, mas não sei onde; acho que num filme. Nesse sentido, eu não conheci realmente o Rio de Janeiro. Hehee. Sobre a figura da cobradora, é interessante notar que, durante o trajeto do onibus, chegou a dormir sentada, em plena função! A qualidade do serviço público no pós-reveillon. Hehee.
Cheguei a Ipanema. Geralmente, as pessoas se deteriam falando horas e horas de como a praia é maravilhosa. Como já disse, praia pra mim é tudo igual. Bonita. Ponto. Andei pelo calçadão, e na praia, de tênis! Nesse momento foi que o sol começou a ser mais quente. Por sorte minha, que não gosto de calor extremo, a minha estadia no cidade foi marcada por um clima ameno. Vendo um grupo de moças fúteis andando pelo calçadão da praia, me gerou um reflexão. Se não existe verdade, como diz Foucault, como posso "menosprezar" aquelas pessoas que vivem no mundo parelelo, protegido da violencia, e definir o outro mundo, o da violencia, como o "mundo real"? Ora, se não existe realidade, por que a "artificialidade" em que vivem não pode ser também a realidade? Afinal, é a realidade para aquelas pessoas. Ou  reconhece-se que  Foucault está, ao menos em alguns pontos, errado, e que pode existir uma Verdade, como persegue a Filosofia, ou devemos reconhecer a visão de mundo da classe média, ignorante da violencia, como tão válida e real quanto à do mundo da violencia. É uma questão a ser pensada posteriormente. Depois de passear um pouco por Ipanema, e conhecer o famoso posto nove, peguei o onibus para a rodoviária.
Aí, voltei pra casa. O motorista da volta, um nordestino, era muito simpático e gente boa, com um jeito todo peculiar e descontraido de falar e dar os anúncios obrigatórios aos passageiros. Dormi toda viagem de volta. E voltei.
Como resultado final da experiencia posso dizer que definitivamente foi positiva. Deveria ter me controlado mais com os souvenirs, mas ainda assim foi bom. Curioso que todas cidades que conheci até agora, não desejo necessáriamente voltar. Não que eu não tenha gostado, não é isso. Não me importaria em voltar à Blumenau ou Belo Horizonte, voltarei à Brasilia em março, para apresentar o artigo, mas não tenho a necessidade de voltar a essas cidades. Com certeza fiquei pouco tempo; mais tempo seria necessário. Um dia ainda quero voltar, para conhecer melhor, por dentro. Gostei da cidade, e a principio, não me importaria mesmo de morar no Rio. Gostei. Gostei mesmo. E olha que não fui para o Rio com o desejo especifico do Rio. Minha primeira alternativa pro reveillon era Salvador, que se inviabilizou pelo preço. O Rio era mais barato, então foi ele mesmo. A intenção original não era o Rio ou a viagem em si, mas mais a fuga da realidade, do cotidiano de passar sempre por aqui. Mas gostei, gostei muito da cidade. Com companhia, acho que teria sido bem melhor. Gostaria de ter tido, mas fica pra próxima. Certamente valeu a pena, e um dia, quero voltar. Gostei, bem mais do que eu esperava.

Um comentário:

Nany Merlin disse...

Simplesmente apaixonante a forma q vc descreve sua visão e experiência, texto maravilhoso meu amigo ! Feliz 2010 !

bjitos da Dani