quarta-feira, 31 de março de 2010

Conceito variável

Escrevi esses dias sobre demonios. Apenas para registrar que meu conceito de demônio é variável. É um item que gosto muito. Conceitualmente falando, claro. Existem alguns temas, assim meios estranhos até, pelos quais tenho grande interesse. Qualquer dia escrevo mais sobre isso.
Só isso? É, só.

terça-feira, 30 de março de 2010

Impublicáveis

Existem coisas incofessáveis, impublicáveis. Escrevi um post destinado a permanecer para sempre no limbo dos rascunhos. Guardado. Escrevo para exorcizar meus demonios. Não lembro de quem é essa frase. Será que Freud consideraria isso um tipo de descarga de energia, por função motora? Afinal, expressar os sentimentos através da escrita funciona. Ao menos para mim. Apenas não tenho com quem compartir meus sentimentos mais intrinsecos, mais profundos. Não há quem possa ler este mar de solidão. Ninguem que o compreenda. Triste.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Diário de viagem a Brasília

Passada mais de uma semana que estou de volta (e quase duas da viagem), é tempo de escrever meu diário de viagem antes que as lembranças fugam completamente de minha péssima memória. Em verdade, devia ter feito isso assim que cheguei, mas havia, e ainda há, muito o que fazer, me atualizar. Na verdade, nem tanto assim. Na UTF ao menos, nada mudou na semana que fiquei fora (haha) mas mesmo assim...  Vamos lá.
A turma da federal não foi. Ano passado foi bem incrivel, pois fomos todos os alunos, uns 20 mais ou menos, no onibus cedido pela universidade. Esse ano, nos organizamos de novo e talz. Na verdade, a Rafaela que fez praticamente tudo, e eu ajudei também, fora isso... Depois de percalços e tal, para liberação do onibus, da verba para diária dos motoristas e tudo resolvido...  não tinha quem ir! Uma piada! Reunindo as turmas turmas existentes por enquanto do nosso curso, 2008 e 2009, só tinham 9 interessados com certeza da viagem. Como a universidade exige no mínimo metade da lotação máxima do onibus para o liberar, a viagem foi cancelada. Cancelada na última semana. É engraçado que aqui sempre fazemos as coisas na véspera. Acreditem ou não, ano passado viajamos sem saber onde ficariamos, sem ter reserva em lugar nenhum por lá. Passamos o primeiro dia em busca de onde ficar, descobrimos a pousada do Getúlio, alugamos um andar inteiro de loft's e foi incrivel. Tentamos repetir a empreitada esse ano, mas o fim da história foi diferente. A viagem foi cancelada. Óbvio que não iria deixar de ir, afinal, iria apresentar meu primeiro artigo cientifico. Não dava mais tempo de fazer o pedido de custeio da passagem para a universidade. Poderia ter feito, mas tinha que ser com antecedencia de 20 dias, no mínimo. Confiando na viagem com o onibus da federal, não pedi. Tive que comprar uma passagem aérea. Por sorte, após pesquisar e esperar e conseguir o momento certo, achei uma por 400 reais, ida e volta. Dei sorte. Outras, o preço girava em torno de 700 reais. Na váspera da viagem, fui assaltado (assalto mesmo, dessa vez, com uso de força e talz) mas só levaram o celular. Graças a Deus... Se tivessem levado a carteira com os documentos, não poderia viajar. Fui incomunicável para Brasília, mas no fim não fez grande diferença. O segundo celular roubado em menos de seis meses; assim acaba virando hábito. Hehee. Andei de avião pela primeira vez. Minto. Minha mãe conta que já havia andado antes, quando pequeno. Mas era bebê/criança, e não me lembro. Foi normal. Legal, ver tudo de cima, mas nada extraordinário. Bonito o ar condensado que sai da turbina do avião, como se fosse uma fumaça e podendo ser confundida com isso. Ou as partes da asa que se movem para pousar e decolar. Não bonito em si, mas por que me fez pensar sobre os milagres que a engenharia é capaz de produzir. Nesse momentos penso que, sim, devemos valorizar essas coisas. Mas que bobagem, gente que fica admirando os aviões, ou pior, vai visitar ou passear no aeroporto, que elogia o aeroporto por ser bonito. Aeroporto é aeroporto. É normal e não vi nada de extraordinário por lá. Escala em Porto Alegre; viagem mais longa, mas também mais barata. Prefiro assim.
Chegando em Brasília, fui pro Hostel, também conhecido como Albergue da Juventude. Oh que maravilha esses hostels, hein?! E pensar que não sabia da existencia deles até ano passado. É a melhor maneira de se hospedar, em qualquer lugar. Barato e bom. Em Brasília, só é longe. Na verdade, nem é longe em si. O onibus levava menos de 10 minutos de lá até o terminal (lá chamado de rodoviária) central de onibus. Mas o onibus passava de hora em hora, literalmente. Hahaa. É por que o hostel fica na área do setor militar, antiga área de camping. É um setor meio que deserto, onde não existe nada por lá. Como o próprio nome diz, área de acampanhamento e mais adiante, dos quartéis militares. Ou seja, sem grande população. Sem onibus frequente. Todo dia, tinha que ficar esperando um looongo tempo pelo onibus. De certa forma, dessa vez conheci um outro áspecto da cidade. Ano passado, iamos a todo canto com o onibus da federal, que ficava a nosso dispor para nos levar de cima pra baixo. Visitamos todos os lugares e monumentos desse jeito. Dessa vez, vi a vida mais corriqueira, "normal", de quem mora por lá, pegando onibus e tudo o mais. O sistema de onibus é péssimo, ainda mais comparado a Curitiba. E não só pela demora do meu onibus. Para qualquer lugar que você vá, tem que pegar dois onibus. E pagar duas passagens.
Aproveitei o primeiro dia, manhã livre já que o congresso só ia começar à noite, para visitar a UnB, lacuna que ficou faltando na viagem do ano passado. Muito grande por lá. Muito legal. Me senti mais ou menos como na primeira vez que entrei na UTFPR. Menos, bem menos, claro. Estavam em greve por lá. Ano passado quando fomos, me lembro, também estavam em greve. Ironico, não? Hahaa. Fui almoçar no Restaurante Universitário de lá. Comida normal, igual aos do R.U. da UTF e da Federal de Curitiba, ou seja, ruim. Mas lá é 2,50 e tem uma maquininha de suco que você mesmo pega, retira, e repete quantas vezes quiser. Igual na UFMG, em Minas, onde também tem. Gostei muito disso. O R.U. da UTF é a pior coisa que já vi na vida. Comida normal, e absurdamente cara: 3,20. Suco? Mais 1,00 real, por apenas um copo. Em Brasília, as pessoas levam e enxem garrafinhas à vontade. Em Minas também. Enfim...  Gostei do clima, da Universidade.
Também conheci o shopping de lá. Conjunto Nacional, é o nome. Já comprei outro celular; teria que fazer isso mais cedo ou mais tarde mesmo. Também conheci outro shopping, Pátio Brasil. Mas gostei mais do Conjunto Nacional por seu projeto arquitetônico. O último andar é o terraço. Você pode subir lá, como era bem antigamente o Shopping Itália, em Curitiba (não sei se ainda é assim, pois faz uns bons 10 anos que não vou lá). Lá no terraço, existe uma espécie de arborização, alguns bancos para as pessoas sentarem e talz. Se você olhar para o céu, vê o sol, se estiver chovendo, se molha. Muito legal. Tem umas poucas lojas por ali, de serviços tipo salão de beleza. Achei bem legal. Voltando ao hostel. Poderia morar ali, sem reclamar. Gente legal, clima agradável. O transporte é um problema, mas...
À noite, o inicio do III Congresso Consad de Gestão Pública. Meu crachá era verde, e o exibia com todo orgulho. Verde era a cor do painelistas; o crachá "normal", de ouvinte, era azul. Além de mim, da universidade só foi o Edival. Nos encontramos lá pelo evento. Confesso que ano passado, fui um ouvidor assíduo. Não perdi nada, prestei atenção em tudo, fiz anotações e talz. Este ano não. Estava mais preocupado comigo mesmo, e com meu artigo. Haha. No total vi só uma das palestras principais, a do Fernando Abrúcio, afinal, era o Abrúcio, um dos mais importantes sociólogos brasileiros, e mais dois trabalhos, ao longo dos 3 dias. Um deles, de um dos petistas que encontramos por lá (já chego nessa parte) e outro de uma menina, Mirian, também graduanda, mas de Economia, de Porto Alegre, que conheci na fila do almoço. Muito simpática, conversamos um monte. Meio liberal demais (políticamente falando, infelizmente..  hehee), mas bem simpática. Os almoços serviram para fazer amigos, além da ótima comida. Na terça, sentamos, eu e Edival, na mesa de uns rapazes, sem saber quem eram. Só depois, notei a camiseta que um deles vestia. Em um lugar em que praticamente todos usavam terno, ele, corajoso, vestia uma camiseta preta dos 20 anos de PT. Quando vi, ergui a minha taça e propus um brinde ao PT. Daí começamos a conversar e todo mundo ficou amigo, pelo resto do congresso. Eram três amigos, do PT de São Paulo. Também são graduandos, de Gestão de Políticas Públicas, da USP, e também estavam ali para um deles apresentar um trabalho, e para ver o trabalho de um outro amigo, já formado. Os caras são muito gente boa, muito simpáticos. Os grupos se uniram e ficamos andando juntos, trocando idéias e talz. Agora, percebo, estou escrevendo numa ordem pra lá de não cronológica, mas também penso que a cronologia não tem tanta importancia assim.
Já que fugi da cronologia mesmo, vou pular pro último dia. Nosso professor Ivan trabalhou com política, no passado recente, antes de entrar para a academia, e conseguiu uns contatos e sugestões, para visitarmos por lá. Um deles, nós visitamos a Secretária das Relações Institucionais, e tivemos uma agradável e produtiva conversa com secretário-executivo do ministério (abaixo do ministro, somente). Mas o mais legal foi a visita ao Congresso. Ano passado, tinhamos ficado só na parte aparente, de visitar plenário e talz, até por que estávamos em um grupo muito grande. Desta vez, só eu e Edival, e mais os três petistas paulistas, pudemos adentrar e percorrer os subterraneos, por assim dizer. O Ivan tinha conseguido um horário no gabinete da Ideli Salvatti, senadora do PT de Santa Catarina. Fomos lá, conhecemos tudo, falamos com a senadora um pouco, bastante com sua acessora...  Visitamos a Comissão de Constituição e Justiça, junto com os petistas. Um deles, tinha uma entrevista marcada com o Senador Suplicy, de São Paulo, para o TCC que ele está desenvolvendo no seu curso, e também para tratar de uns assuntos internos do arranjo das eleições (eles são da juventude petista paulista). Fomos juntos... Hehee. Pelo corredor, ainda encontramos a Senadora Marina Silva, candidata a presidente. Entramos no gabinete do Suplicy, e ficamos mais só observando o papo..  bem legal, o Suplicy almoçando no gabinete e conversando com a gente. Foi bacana.
Isso foi já no último dia de estadia, depois da minha apresentação. Voltando no tempo. Minha apresentação. Estava marcada para quarta de manhã.Terça ainda não havia preparado minha apresentação. Hahaa. Claro, já estava delimitada em termos gerais, mas ainda estava refazendo, reescrevendo. Na manhã de terça, fiquei no hostel usando o pc de lá para escrever minhas falas, literalmente, e arrumar os slides. E não é que acaba a luz? Blecaute em Brasília. Nem sei se isso foi matéria dos jornais depois, pois não acompanhei noticiário naqueles dias. Fui pro centro em busca duma Lan House. Espera de uma hora de onibus, breve busca e consigo achar. Ainda bem que tinha salvo o arquivo. Termino de escrever, e voilà. Pronto. Mando imprimir. Segundos depois que retiro o pen drive do pc, a luz apaga denovo. Totalmente sincronisado. Tarde de terça fui para o Consad. Coofe Breaks maravilhosos, cheio de coisinhas requitadas. Ano passado foi só no coquetel de abertura que teve champagne, nesse ano, teve em três oportunidades. Ficou ainda mais chique. Usei a tarde para decorar minhas falas.
Quarta de manhã, acordar cedinho para me arrumar e não me atrasar. Pedi para o rapaz do hostel me chamar, mas nem precisei, consegui acordar na hora. Uma japonesinha muito simpática que também estava hospedada por lá fez o nó na minha gravata (ainda bem, pois ainda não aprendi). Fui para o Consad. Minha grande hora. Repetindo mentalmente as frases, texto pronto, tudo ok. Quando subi lá, minha mãos se apoiaram na bancada e mesmo apoiada não paravam de tremer, por alguns instantes. Mas acredito que não tenha transparecido tanto na fala. Depois da introdução, engatei uma segunda, e fui. O que tinha a ser feito, estava feito, agora era só falar. O Edival filmou, com minha camera. Deu 15 minutos cravados, exatamente o tempo que dispunha para falar. Esqueci dois períodos de frases (nem chega a ser uma frase, e não compromete em nada). Quase começei a falar outro, que havia cortado. Mas deu certo. Deu certo. 
Cada painel agrupava 3 ou 4 trabalhos de temas similares. Na sala onde apresentei tinha cerca de dois terços ocupada. Não contei, e também esqueci de perguntar quantas pessoas cabiam, mas chutaria umas quarenta presentes. No fim das apresentações, os ouvintes podiam fazer perguntas, por escrito. Para a primeira mulher que se apresentou, antes de mim, houve uma pergunta. Eu fui o segundo. Para a mulher que se apresentou depois, não houve nenhuma. Para mim, chegaram quatro perguntas. Isso poderia tanto ser bom ou mal, dependendo do teor. Poderia significar que me expliquei mal, e gerei muitas dúvidas ou questionamentos contrários à minha tese, ou poderia significar que suscitei interesse. Afinal, não ter nenhuma pergunta também é ruim, uma vez que significa que seu trabalho não gerou interesse de ser discutido e debatido. Pelo teor das perguntas, fico feliz, o que aconteceu foi que gerei mais interesse. Uma queria saber se considerava o modelo da Escola de Governo o ideal. Não há ideal, respondi, mas é um passo adiante. Outra queria saber como conciliar os interesses personalisticos e a publicidade de governo. Dificil conciliar. Respondi direitinho, nem lembro direito o que. E assim foi... Uma das perguntas até trazia no campo "encaminhar para" onde devia ser escrito o nome do palestrante ao qual a pergunta era dirigida escrito "Dr. Márcio". Apesar de ser bem jovem, parece que falei com tanta propriedade que me confundiram com alguém com doutorado. Outra coisa que me deixou muito, mas muito satisfeito mesmo, foi logo em seguida que a mesa foi desfeita, muitas pessoas vieram me cumprimentar, se apresentar, elogiar, e tudo o mais. Uma pediu o trabalho (não deveria saber que estava no CD que veio junto ao material do congresso) e os slides que usei. Outra perguntou se minha formação era direito ou jornalismo. Ou seja, pressupôs que já era formado, e numa dessas áreas. Disse que ainda era graduando, em gestão pública e também em comunicação institucional. Uma das coisas que estava inseguro, pois meu artigo é mais carregado na parte teórica que na análise propriamente dita, foi justamente o ponto elogiado. "Ah, eu gostei por que você fundamentou bem seu trabalho.", disse uma mulher. Veja, e isso não são quais pessoas, mas experientes, que trabalham e fazem a área de gestão pública. Mais do que por ter conseguido me apresentar bem, fiquei muito satisfeito com o feedback, com as respostas e elogios das pessoas. À tardezinha, já saindo do congresso, cruzo com outra mulher que também vem me cumprimentar. Secretária de alguma coisa do Pará. Disse que viu meu trabalho pela manhã, que havia gostado muito, queria me dar os parabéns e talz. Poxa, de verdade, fiquei feliz com essas respostas. Me deixou confiante. Feliz.
Bom, como está indo em ordem não cronológica, acho que é isso. Tivesse escrito no dia, seria muito maior e mais detalhado. Hoje, permanece a essência. Foi muito bom. Foi incrivel.

domingo, 28 de março de 2010

As coisas desse mundo e as nossas ações

Minha mãe costuma eventualmente invocar Deus, em questões corriqueiras. Isso me incomoda um pouco. Digo "não bote Deus no meio". Penso que as coisas desse mundo são desse mundo, e, salvo exceções, Deus não interfere sobre elas. Assim como também não acredito na interferencia pela outra parte. Deus nos deu autonomia, livre arbítrio, e uma vez assim, somos responsáveis por nossas ações. Nem Ele interfere, como também não existe interferencia por parte do "mal". Acredito em Deus, mas não acredito em demonio, como uma manifestação manifesta do mal, tal qual a imagem clássica passada, de uma força que irá influenciar e fazer mal. Acho bonita a visão (nem sei exatamente onde li sobre isso, certa vez) em que o diabo não é o mal, mas aquele que anota o mal, e no julgamento final te acusa pelos males que você fez diante de Deus, o juiz supremo. Dessa forma, o diabo seria uma espécie de promotor. Faz sentido de certa forma o ser humano confundir o promotor com o responsável pela sua condenação. Os criminosos condenados fazem essa confusão. Mas o diabo só o acusa do mal; o responsável pelo mal é tão e únicamente você. Não confundamos as coisas. Somos livres, dentro das condições que nos são dadas, como Marx muito bem já demonstrou, e portanto não acredito muito em interferência seja benéfica ou maléfica. Acredito sim, em interferência dívina em questões maiores. Em conjuntura, digamos assim. Na série de ações que coincidem e daí surgue algo bom. No alinhamento dos astros, metafóricamente falando. Mas não nos esqueçamos que nossas ações são nossas e nós somos os responsáveis por elas.

sábado, 27 de março de 2010

Passa

Às vezes me sinto tão sozinho, sabe? Sem nenhum motivo, sei lá. Me sentindo de volta longe, apartado do mundo e das pessoas. Tão distantes e (in)diferentes. Estou tão crítico nos últimos dias. Vejo o lado negro em todos. Tão distantes. Sem ninguem para encostar minha cabeça e chorar. Enfim... Passa.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Homônimos

Ontem fui ver MacBeth, peça de Shakespeare partícipe do Festival de Teatro de Curitiba. Antes, havia comentado com alguns amigos da federal, que faltaria à aula no dia seguinte, para isso. Falei que a peça era com os atores globais Renata Sorrah e Daniel Dantas. 
- Daniel Dantas? O banqueiro? - estranhou um amigo.
Achei isso bem representativo. Já ouve um tempo em que o ator era bem conhecido, e o banqueiro é que tinha o mesmo nome dele. Hoje, o ator é que tem o mesmo nome do banqueiro-bandido (como o definiu o delegado Protógenes Queiroz). Inverteu-se a ordem de importancia. Não sei se é bom ou ruim, mas é simbólico.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Divino

Estava vindo escrever sobre outra coisa (minha viagem) mas acabei de ouvir alguns minutos atrás talvez uma das coisas mais bonitas de minha vida. Confesso que não conhecia "Barcalora" de Offenbach, e merece ser acessado aqui, nessa versão mais que especial. É nesses momentos que acredito verdadeiramente no ser humano. Na sua grandeza e capacidade de criação. Como pode um ser humano criar e executar algo tão divinamente belo? É simplesmente inacreditável que exista algo assim sobre a face da terra. Por isso gosto tanto de musica, e tão pouco de música. Gosto de música como ato de criação do belo, não como reprodução técnica. Por isso talvez goste tanto de ópera. Na ópera, o que se vê é o ápice da potência de um ser humano, sem microfone, sem caixas de som. Está lá um ser humano. Diferente de noventa porcento dos shows de hoje, em que se usam os mais impensáveis recursos tecnológicos para criar a chamada "música". Não deixa de ser criação do ser humano, mas a criação da tecnologia, da aparelhagem, não a criação da beleza da música, feita e reproduzida por computador. Os playbacks da vida, os toques eletronicos que dão ritmo à modernidade, as caixas de som que amplificam as vozes para a multidão. Não gosto de nada disso, pois não é próprio do ser humano. Mas essas vozes! São as vozes de dois anjos. É impensável o quão grande é a beleza do que podemos criar.

domingo, 21 de março de 2010

Diálogo de domingo

Diálogo de domingo

Minha tia: Você critíca todo mundo assim desse jeito?
Eu: Sim, eu sou chato. Essa é minha definição.
Minha mãe: O Márcio é tão ignorante, viu?!

sábado, 20 de março de 2010

Lá e de volta outra vez

Já estou de volta em casa. Depois de uma semana fora, estou cheio de coisas para me atualizar, mas prometo em breve fazer um resumo de toda viagem, tal qual o diário de viagem ao Rio de Janeiro. É uma boa forma de guardar as lembranças, ainda mais para mim, que tenho memória ruim. Por enquanto, só vou dizer que foi tudo muito por bem lá. Correu tudo melhor do que eu esperava. Fiquei muito satisfeito, principalmente com o feedback, as respostas das pessoas à minha apresentação, que vieram comentar, elogiar, dizer que gostaram do trabalho. Enganei bem, parece. Mas fiquei feliz com isso. Muito mesmo. Em breve, provavelmente ainda esta madrugada, postarei as melhores fotos da viagem no orkut. Vou tentar realmente selecionar só as melhores e mais interessantes, entre as quase 800 (nem tanto, para cinco dias por lá). Postar muitas fotos, indiscriminadamente, é ruim mesmo, cheguei a esta conclusão. Aguardem. Acabei de subir ao YouTube o vídeo que o Edival filmou para mim, da primeira fileira, da minha apresentação. São 15 minutos cravados, exatamente o tempo de que dispunha. Está dividido em duas partes, pois o YouTube não permite vídeos com mais de 10 minutos. A primeira parte está aqui, e a segunda, aqui. Enjoy. E até mais.

sábado, 13 de março de 2010

Progresso

Em algum momento do semestre passado, a Sissa, se não me engano, argumentou, contra uma crítica feita ao curso, que as coisas estavam progredindo, melhorando, para todos nós, de uma forma geral. Que a Débora tinha conseguido um estágio bacana, que a Thai estava também numa empresa legal, e assim por diante. Gostei da análise, e gosto de pensar na vida como progresso, melhora. Apesar de ser contra o conceito de progresso (isso rende um post à parte, qualquer dia escrevo) é bom pensar nas mudanças positivas que ocorrem em nossas vidas, principalmente quando as mudanças não são apenas individuais, mas ocorrem com todos, não apenas com um ou outro. Já não somos os mesmos de quando entramos no curso, um ano e meio atrás. Mudamos, e para melhor. Fico realmente feliz de compartilhar a felicidade de meus amigos. Fico feliz que a Débora conseguiu o desejado trabalho de fotógrafa, e tem uma ótima carreira pela frente. Que a Andréia, magistral em suas criações, progrida no Design. Assim como o Werlich, agora no Baixaki. E assim por diante. Feliz pelas conquistas individuais de meus amigos e também pelas minhas conquistas individuais. Se a Nina e a Thai têm excelentes estágios, que era o que desejavam, também tenho o que tanto desejei. Não tenho um estágio, mas também não era o que desejava, por enquanto. Desejei muito uma coisa. E eu a tenho. Tenho meu artigo publicado, e amanhã estarei indo viajar. Domingo pela manhã pego o avião, rumo à Brasília. O III Congresso CONSAD (Conselho Nacional dos Secretários da Administração) de Gestão Pública ocorre dias 15, 16 e 17 desse mês. Irei apresentar meu trabalho na quarta-feira, dia 17, às 10 e meia da manhã. Para a área acadêmica, ter um artigo publicado em um congresso nacional é um feito e tanto, ainda mais se tratando eu de um simples graduando. Não quero me vangloriar, mas acho que podemos nos mostrar satisfeitos por nossas conquistas. Terei meu primeiro artigo publicado e irei apresentá-lo em um congresso nacional, em Brasília. Uns meses atrás, escrevi outro post, eufórico, quando soube da escolha. Agora, muito esforço depois, tudo está à minha frente. Chegou a hora. Chegou o momento. Me sinto bem. Estamos mesmo, todos progredindo, dentro do que cada um deseja. Poderia acrescentar ao dito da Sissa, a Thai tem um excelente estágio, a Débora está na área que gosta, e o Márcio teve um artigo publicado num congresso nacional. Estou feliz. Obrigado a todos que compartilham essa felicidade comigo. Pensem em mim, quarta, às dez e meia da manhã. Me desejem boa sorte. Até a volta.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Coisas abandonadas

Semestre passado queria muito fazer francês. Infelizmente, na UTF não tinha horário à tarde, compativel com meus horários. Lamentei-me muito. Esse semestre, tinha. Matriculei-me. Fui à primeira aula. Insossa como costumam ser as primeiras aulas. Fui à segunda, mas não estava presente em alma. Fiquei lendo um texto, sobre políticas fiscais, para um trabalho que já tinha que entregar naquela noite. Segunda passada não fui, nem lembro por quê. Hoje, quarta, também não fui, por falta de motivação. Não gostei muito, apesar de só ter ido a uma aula. Me pareceu meio difícil, apesar de um amiga dizer que não. Creio mesmo que ela esteja certo, e tenho sido meus olhos à primeira vista. Como semana que vem também não irei (estarei viajando para Brasilia) creio que tenha perdido um tempo não recuperável. E ainda que pudesse recuperar, não estou disposto. Quis tanto fazer francês, e agora não me entusiasma mais. Irei protocolar o trancamento amanhã, quinta. Pedir o ressarcimento do valor pago. Na vida a gente enfrenta trade-off's e isso implica um custo de oportunidade, foi uma das poucas, talvez única, coisas que aprendi na aula de economia. Em um semestre tão corrido, em que as aulas na Federal finalmente passaram a ser aulas de verdade, puxadas e com cobrança, não creio que queira dedicar duas tardes da minha semana a isso. O ganho (o básico do básico da lingua) não compensaria o tempo dedicado, que poderei usar para outras coisas. Já desisti de minhas pretensões de cursar um mestrado ou doutorado na França, desejo alimentado por algum tempo. Entre outros motivos (falta de disposição/habilidade para dominar essa lingua) está a lógica de que se eu quero pensar o Brasil, a minha terra, devo fazer isso nela, e não longe. Ainda assim, fico meio assim, de abandonar alguma coisa. Parece desistencia. É desistencia. Mas na vida temos que desistir de algumas coisas. A vida é feita de nossas escolhas, e não podemos escolher tudo. Desitimos de alguma coisa, em beneficio de outra. Academia, é um projeto antigo, sempre acalentado. Quem sabe, quem sabe. Abandonar o intelecto (lingua estrangeira) pelo físico seria um simbólico gesto rumo a um equilibrio. Talvez. Ou não. Ainda acho bonito o francês. Lingua dos nobres. No passado, todos tinham como obrigação aprender frances e latim. Lingua nobre. Gostaria de aprender. Quem sabe um dia. Mas não dessa vez. Pena.

terça-feira, 9 de março de 2010

Em busca do meu Suicidio

Li, em algum lugar ano passado, que O Suicidio, de Durkheim, se tornou à época em que foi escrito e posteriormente o exemplo de como uma monografia sociológica deveria ser escrita, se transformando em regra acadêmica. A partir de um estudo de caso de um suicidio ele formulou uma tese que podeia ser expandida para qualquer caso de suicidio, generalizando o conceito e suas análises. A partir do especifico, dá-se conta do geral. Por isso o princípio da delimitação de tema, o que é (pelo menos até agora) apenas dito mas não explicado nas péssimas aulas de TCC 1 (só precisei de uma aula para constatar o que são, mas não é isso o tema desse post). Durhkeim conseguiu fazer de um estudo de caso individual um postulado sobre o tema tratado. Estou começando a fazer meu TCC, em busca de meu Suicidio, minha obra.
Depois de uma longa série de questionamentos a mim mesmo, creio que tenha achado meu tema, ainda que não esteja cem porcento certo disso (uns 95 porcento eu diria). Trata-se da comunicação da Petrobras, e mais especificamente, da criação e uso do blog corporativo da empresa. São esses os pontos que me atrairam no tema, e que creio, ao menos a principio, servirão de esboço.
A empresa é hibrida, nem pública, nem privada. Tem ações no mercado, mas o governo é o controlador majoritário. Não se insere totalmente nem no campo da comunicação pública (no sentido de estatal), nem totalmente no campo da comunicação privada, uma vez que é regida sob principios públicos, de prestação de contas à sociedade, etc (não exigidos na esfera privada). Ou melhor, se insere nos dois campos. A partir disso, pode-se fazer o primeiro capítulo, sobre o campo público-privado no qual a comunicação se dá.
A ferramenta blog está na internet (rede mundial de computadores) e portanto, é necessário um capítulo  (provavelmente o segundo, tanto faz) sobre esse campo onde se dá a atuação. As novas TIC (tecnologia da informação e comunicação) é um tema que gosto muito, muito mesmo, me atrai, e será muito interessante trabalhar sobre a internet. Afinal, é um espaço de atuação da empresa que não poderia existir de outra forma, se não fosse através do blog (a mesma informação não poderia se processar por revista, etc). Aqui, entro num impasse. Não gosto do determinismo de McLuhan, ao dizer que "o meio é a mensagem", e consequentemente negar qualquer questão de conteúdo, relegando a questão à como se diz, por que meio. Em outras palavras, o meio no qual a mensagem é passada determina a mensagem em si, e seu entendimento. Cada meio, tem uma mensagem possível, que não pode se dar em outros meios. Mas nesse caso em especial, talvez tenha que o usar, uma vez que a mensagem passada pelo blog não poderia ser passada por outros meios. Talvez encontre outro autor, mais adequado ao que queira dizer. Questão de procurar. Isso é o menos.
Então, o choque de discursos. Isso é outro capítulo, provavelmente a questão central. O blog foi criado de certa forma para dar sua versão dos fatos, ante as versões da mídia. Ou seja, ante um discurso posto, é a tentativa de criar um outro discurso, que possa construir a verdade (Foucault e Orlandi). O próprio nome do blog "fatos e dados" aponta para essa tentativa de construir a verdade. Uma outra questão, que pode ser tratada no mesmo capítulo sobre a concorrencia de discursos ou em outro, é a relação com a imprensa. O discurso da Petrobras concorre com o discurso da imprensa. A imprensa tem o poder simbólico de efetivar seu discurso como verdade (Foucalut). O blog é um desafio posto a este poder, e explica o posicionamento quando este foi criado (pela imprensa e políticos) de que o governo/petrobras não teria o direito de fazer o blog, que se estaria usando dinheiro público para promover o ponto de vista da empresa/governo.
Gostei do tema, por se tratar realmente e essencialmente de comunicação organizacional (que é o meu curso, afinal de contas), ao contrário de outras idéias. Não acho que vai render material para a publicação de um livro, como a idéia sobre a nudez na história do cinema poderia eventualmente render, uma vez que é um tema atrativo (para editoras) e inédito (academicamente). Este ainda é o único e último ponto fraco dessa idéia (do blog), comparando com as outras. Mas, até segunda ordem, acho que é este o meu tema. Mudo muito de idéia, sou indeciso, e isso é uma coisa que se deve ter especial medo, mas chegou a hora de tomar uma decisão, então terei que a tomar. Aqui está.
Sei que ainda faltam outros aspectos, não pensados. Como o papel e importancia do blog para a comunicação da empresa, capítulo no qual ainda não pensei os detalhes. E outros, que talvez nem tenha idéia ainda. O que não quero é fazer um trabalho de "coorporação", no sentido de "mecanismos de mercado", etc e tal, nem nada a ver com estatísticas, no sentido de ter que ler um X npumeros de posts, analisa-los, etc. A idéia central é trabalhar sobre o papel do blog para a comunicação pública da petrobras e as suas implicações. Algo mais ou menos assim, sei lá. Queria sua opinião, eventual leitor. O que achou? O feedback é importante. Aprendi que o pensamento não se produz individualmente mas na troca de idéias. A troca de idéias é importante, pois a partir do que um diz, o outro enxerga e pensa coisas que o primeiro não concebeu. O que você acha? Sugestões? Esse post em especial gostaria que fosse comentado. ;)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Se Deus não existisse

A seguir, artigo que achei meio sem querer, mas reflete em parte algumas das coisas que penso sobre a necessidade de um ente supremo para o controle social, e o por que este controle não pode se dar apenas pelo contrato social. "Se Deus não existisse, tudo seria permitido", diz Dostoiévski. Afinal, que de vale uma lei, quando é apenas uma convenção humana, um contrato social? E se tudo acabará na mortandade mesmo, por que considerar o outro como meu igual? Vai muito além disso, claro. É a reflexão filosófica que já me indago há tempos, e cada vez mais se vê reforçada em mim a crença de que a moral não pode ser socialmente referendada senão pela existencia deste poder superior aos homens. Vale a pena ler.

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O mundo estilhaçado e a morte libertadora
Luiz Felipe Pondé

"Se Deus não existe e a alma é mortal, tudo é permitido" é um enunciado profundamente racional. Não se trata do lamento de uma mente frágil. Os Karamazov são especialistas na pureza da razão teórica e prática. Movimentam-se em direção aos exageros da "função razão": o objetivo é fundamentar o mundo pela sua decomposição e posterior reconstrução conceitual abstrata. Só que eles não encontram esse fundamento. Ao contrário, percebem a realidade despedaçada do mundo. O "tudo é permitido" emerge dos estilhaços do mundo.
A razão de Ivan Karamazov (muito próxima da que o ceticismo e a sofística conhecem) percebe a vacuidade de qualquer imperativo ético universal: o mundo é estilhaçado pela liberdade que a morte nos garante. Sem Deus, perde-se a forma absoluta do juízo moral: estamos sós no universo como animais ferozes que babam enquanto vagam pelo deserto e contemplam a solidão dos elementos. A morte, que devolverá a humanidade ao pó, é o fundamento último do nosso direito cósmico ao gozo do mal.
Esse ciclo nos liberta da única forma verdadeira de responsabilidade, a infinita. A moral é mera convenção e não está escrita na poeira das estrelas. O filósofo Karamazov descreve o impasse ético por excelência: por trás do blablablá socioconstrutivista do respeito ao "outro", o niilismo ri da razão. Na crítica à teoria utilitarista do meio (social) em "Crime e Castigo", Dostoiévski já apontara o caráter "científico" da revolução niilista fundamentada nas ciências sociais: se tudo é construído, toda desconstrução é racionalmente permitida. Além de desconstruir, sabemos construir? O homem pode ser a forma do homem?
A modernidade achou que sim. Kant pensou que, com seu risível imperativo categórico, nos salvaria, fundando a racionalidade pura da moral. Conseguiu apenas a exclusão cotidiana de toda forma de homem possível. A miserável ética utilitarista (a ética do mundo possível), síntese da alma prática que só calcula, busca na universal obsessão humana pelo prazer a fundamentação de uma ética para homens, cuja forma universal são os merceeiros ingleses (Marx). O humanismo rousseauniano apostou na educação para a felicidade e virou auto-ajuda.
Contra a fé em Kant e na economia, Dostoiévski descreve nos "Demônios" a trindade que funda o projeto do homem pelo homem: o jovem melancólico sem subjetividade (Nicolai, o existencialista elegante), o pai e professor preguiçoso e "sensível" (Stiépan, o amante das modas revolucionárias em educação, poesia e ciência) e o filho niilista cínico (Piotr, o patrono dos jacobinos, dos marxistas e dos cientistas da economia prática, esses burocratas da violência).
Entender esse enredo como desespero de uma alma religiosa é senso comum banal. A banalização é um dos modos corriqueiros de a modernidade lidar com o que não conhece (e ela conhece muito pouco de tudo, mas é tagarela e ama o superficial, como diria Tocqueville). A falácia comum é a suposição de que o intelecto teológico necessariamente teme o sofrimento. O único medo em Dostoiévski é aquele mesmo de Cervantes: "O medo tem muitos olhos e vê coisas no subsolo". O erro de Nietzsche quando reduz a religião ao ressentimento se transformou em "papo cabeça".
O argumento dos Karamazov é um diagnóstico, não uma oração pela salvação do homem: o sentimento real de que deslizamos aceleradamente sobre fina casca de gelo mortal é prova sublime do seu caráter profético. A história aqui nos basta. Dostoiévski anuncia a comédia trágica daqueles que deixaram de acreditar em Deus e, por isso mesmo, passaram a acreditar em qualquer reforma barata.
Contrariamente ao que pensava a risível crítica moderna da religião, o contato com Deus fortalece o intelecto nas mais íntimas estruturas lógicas e práticas de sua natureza.

domingo, 7 de março de 2010

Coisas perdidas e tradições

Hoje, sábado, teve o ChurrasCom, tradicional churrasco semestral do curso de Comunicação Institucional. Não fui. Foi o primeiro ChurrasCom que perdi, desde que entrei na faculdade. Não fui, simplesmente por que não quis. Sem motivos em especial. Talvez exatamente por que não houvesse esses motivos especiais, para ir. Há momentos em que se faz bem quebrar tradições. Perder as coisas. Talvez semestre que vem eu vá, mas por que eu me entusiasme, não por tradição.
Me lembro de uma outra tradição que quebrei, já há algum tempo. Durante muitos anos, nunca perdi uma cerimonia do Oscar. Em 2008, perdi. Naquele ano, queria muito ver o Oscar, como sempre. Mas no dia, estava ocupado com outras coisas, com uma outra pessoa, especial. Uma noite linda, mágica de certa forma, me lembro ainda, em que nem me passou o Oscar pela cabeça. Fiquei muito feliz de ter perdido. Ano passado também não vi, por motivos não tão especiais, apenas corriqueiros. Amanhã, domingo, ocorrerá novamente o Oscar; talvez veja, talvez não. Se ver, não será por tradição. 
Gosto de tradições, e acho que elas tem seu lugar em nossas vidas, para significar coisas importantes, mas quando a coisa deixa de ser importante e passa a ser só tradição, é bom mudar um pouco. Mas que estou curioso pra saber as fofocas do que rolou no churras, estou. Hahaa.

sábado, 6 de março de 2010

Sobre Viagens

Uma semana. Uma semana de volta ao ritmo puxado de viagens diárias. Acordar às 5 da manhã. Correr para pegar o onibus às 5:25 no ponto à uma quadra de minha casa. O onibus vem de Guaratube e passa aqui antes de chegar à rodoviária. Seu horário lá é às 5:45. Dormir no onibus, pois não tenho tempo para dormir em casa. Acordar na chagada em Curitiba, às 8 da manhã. Ir para a UTFPR. Aulas pela manhã. À tarde, ainda invento coisas a fazer, como se tivesse poucas. Curioso, todos os semestres até agora fiz atividades extra-curriculares à tarde. Nesse, segunda e quarta, francês; sexta, psicologia da educação com a turma de letras. Correr para pegar o onibus de volta para Matinhos. Se pego o onibus das 4, chego às 6 e pouquinho na cidade. Caminhar até em casa. Trocar a mochila, e ir para a Federal. Nesse semestre, as aulas da Federal apertaram, finalmente estão num ritmo mais puxado. Aulas acabam às 10 e meia. Chegar em casa às 11. Comer algo, tomar banho. Entrar na internet, ler os jornais, blogs, etc. Já é uma da manhã, pelo menos. Se tenho algum trabalho a fazer, ler, etc, viro a madrugada sem dormir. No inicio uma excessão, as madrugadas em claro se tornaram a regra. E assim vai, com muitos outros detalhes.
Vale a pena? Tem dias que fico exauto. Já pensei em desistir do curso, semestres passados, por causa desse cansaço. Mas sim, certamente que vale a pena. E quer saber? Posso ficar cansaço, mas senti falta dessas viagens nas férias. Na verdade, gosto desse ritmo. Gosto muito de minhas viagens diárias. Acho que vou sentir falta disso, daqui a um ano, quando a faculdade acabar. É cansativo, mas ao mesmo tempo dá prazer. É horrivel, mas eu amo.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Sobre Humores

Nenhum ser humano é linear. Os humores variam, oscilam. Isso é bom. É bom, bem eventualmente, sentir raiva. Creio que faz parte do pacote que é ser um ser humano. Eventualmente, claro. Do contrário, seriamos vegetais, sem reação. Fiquei com raiva, mas passou. Quem me conhece, sabe que sou sereno e pacifico. Mas desabafar é bom. Assim foi de certa forma, o último post. Por sinal, há uma nova edição nele, (para adicionar, nunca remover) na parte inferior, explicando o fim do caso. Quem quiser ler... Quem quiser falar. Quem quisr ciritcar, discordar, elogiar... Sou sempre aberto a ouvir a voz do outro. Agora eu vou dormir. De tudo, tira-se coisas boas. No caso, saber que o curso é valorizado, e a certeza que outras oportunidades ainda surgirão no futuro. De todos nós.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Filhos da Puta!!!

Filhos de uma puta, esse povo da UTFPR! Estou com muita raiva. Decepcionado, frustrado, e com raiva. Raiva desse curso de merda. Não, não, o curso é bom, mas a gerencia dele é uma merda. A gerencia dessa universidade é uma merda, foi a conclusão que cheguei hoje. Já faz algumas horas, mas o calor da emoção ainda permance, então releve meus xingamentos, mas que dá raiva dessa merda, dá.
O Ministério Público do Trabalho em Curitiba abriu vaga pra estagiário da área de comunicação social. Pouco depois que vi, cheguei à conclusão que seria talvez o estágio dos meus sonhos, uma vez que terei que fazer o maldito estágio obrigatório de uma forma ou outra. E nem estou falando do salário de 760 pilas, que praticamente resolveria meus problemas financeiros (minhas viagens se tornariam praticamente auto-sustentáveis). Também o horário, grande empecilho (talvez o maior de todos) para eu conseguir qualquer emprego. Os horários que tenho são bastante limitados. Mas lá, você pode fazer o horário, nas 4 horas diárias. Poderia trabalhar do meio-dia e meio às quatro e meia, e continuar com as viagens e faculdades. Além de tudo, estaria dentro do serviço público, área afim com meu outro curso, gestão pública. Não me interesso de maneira apaixonada pelo livre mercado (salvo a imprensa, e alguns outros ramos). Seria uma benção estagiar longe deles. Ou seja, o estágio dos sonhos.
Entreguei hoje meu curriculo lá. Protocolei. O serviço público exige um carimbo (eletronico dessa vez) para tudo. Ora, é parte do que estudo, a burocracia, ou o poder do escrito. Sim, levei o curriculo de duas páginas, que todos meus amigos desaconselharam pois era logo demais. Pouco depois, lá pelas quatro da tarde, recebo um telefonema no celular. João Agostinho, se identificou. Chefe do Cerimonial e de Relações Públicas do Ministério Público do Trabalho. A ligação demorou uns cinco minutos (sem exagero). Disse ele, se impressionou com meu curriculo. Segundo ele, "você é a pessoa ideal para mim". Disse que pelo meu curriculo, era exatamente o que estava procurando. Fui totalmente sincero no curriculo, não menti nem exagerei em nada. Ele rasgadamente me elogiou; fiquei até sem jeito, não sabia o que responder, e talz. Acredito tenha sido verdadeiro, pois não haveria motivos para ele fazer isso. Mas... O Ministério Público só pode contratar estagiários de instituições conveniadas. E adivinha? A merda da UTF não tem o maldito convenio com o ministério público. Esse lixo. O convenio nada mais é do que um acordo, um termo firmado entre as instituições. Tem com a UFPR, com a Positivo, etc, mas não com a UTF. Um lixo. E não pode fazer agora? O Ministério Público não faz essas coisas circunstanciais, baseado "no momento". Um lixo de universidade, um lixo de curso. Não, não, o curso é bom. Ele elogiou demais meu curriculo, e consequentemente elogiou o curso. O equilibrio de criação gráfica, com assessoria de imprensa. Justo o que ele precisava... Disse que lamentava muito que não poderia ficar comigo. Disse que guardaria meu curriculo, separado, caso surguisse outra oportunidade, algum contrato freelance (avulso) que pudesse fazer... Ele realmente gostou. Mas esse lixo de universidade... É claro que estou criticando por que estou com raiva, não acho realmente que seja um lixo. Mas os egressos do CTCOM já enfrentam sérios problemas para se firmar no mercado, e a universidade, além de não ajudar, atrapalha e não colabora que os seus alunos consigam estágios em instituições reconhecidas como o Ministério Público. Assim, esse curso vai continuar sempre à margem de outros, relegado à sombra, à coadjuvação. Estou frustrado e com raiva, de ter competencia para o cargo, de ter agradado o responsável, mas perder a oportunidade por culpa da universidade. São uns filhos da puta!!!


Edição posterior, na madrugada seguinte, de quinta para sexta: Estou mais tranquilo. Evidente que tudo que está escrito acima é um desabafo. Only this. Hoje de manhã fui no DACEX (departamento do meu curso). Fiquei impressionado com a presteza com que fui atendido pela Adriana, responsável pelos estágios, e pela Maria Alice, coordenadora-em-exercicio. Fiquei literalmente 40 minutos sentado na sala das duas, enquanto davam vinte telefonemas, na minha frente, tentando descobrir como fazer o tal contrato. No fim da tarde, tudo terminou como havia começado (e pelo o que eu já esperava). O Ministério Público não estabelece convenios ao acaso, mas com a universidade como um todo (e todos os cursos). Enfim... Se a situação de meu pretenso estágio não mudou, ao menos uma coisa mudei a opinião. Se o tal convenio não existe, é por desconhecimento (que pode ocorrer com todos) não por incompetencia ou falta de dedicação.  Fiquei realmente impressionado com o empenho das duas em atender minha solicitação. É até um pecado mencionar seus nomes em um texto tão negativo, mas acho importante registrar que, dependensse delas, o curso está sim em um bom caminho. Outras oportunidades, melhores, ainda surguirão.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Teatro

Domingo à noite fui ver Otelo, no guairinha. Me lamento de ter deixado para ir no último dia. Assim, não posso voltar, para rever. Gostei. Gostei Muito. E olha que sou um chato que critica tudo, lembra? Tá, teve várias coisas que posso criticar, que também não gostei, mas em geral, gostei. Adorei o jogo de cena. Os atores, em vez de se olharem, falavam de frente para o público. A iluminação não era nada especial, mas funciona. Não havia objetos de cena, mesas ou espadas. Adorei! As espadas eram imaginarias, e os objetos, desnecessários. Não sei dizer quanto à adaptação. Confesso que Otelo é uma grande vergonha literária minha. Não conheço. Ou não conhecia. Nunca li, nunca vi seuqer um filme a respeito (e olha que existe uma excelente versão com Kenneth Branagh e Lawrence Fishburne). Talvez por isso, não não conheçer, não tenha tantos embasamentos para criticar e tenha gostado. Mas gostei. E queria dividir isso. Até mais...