sábado, 20 de fevereiro de 2010

Aprimoramentos

Curioso ver o Big Brother e pensar que seria um modelo que, se aprimorado, poderia ser realmente muito, muito bom. E como poderia ser bom? Seria extremamente interessante se fosse uma experiencia que forçasse ao convivio social entre aqueles indivíduos, isolados do resto do mundo, mas sem compromissos de "jogo". Seria algo tal qual um national geografic com seres humanos. Tenho um modelo que considero perfeito, muito melhor do que o posto. Primeiro, não deveria existir prêmio. O prêmio deveria ser dado na entrada, como um "cachê", subtancial e igual para todos. O prêmio atual é um milhão e meio, isso né? Divide-se isso e uma cachê de cerca de 100 a 300 mil para cada um seria motivador o suficiente para o individuo se sujeitar à experiencia. Segundo, não deveria existir eliminação, nem contato externo com o público ou o apresentador. Deveriam ser deixados à sua sorte e só. Terceiro, o tempo de duração deveria ser bem maior que os três meses atuais, suficiente para criar tensões reais. No mínimo seis meses, sendo ideal um ano. Não haveria um vencedor ao final, nem um eliminado a cada semana. Todos deixariam o programa só no final do programa. E qual a intenção de um programa assim? Observar as relações humanas, como são constituidas, como são agravadas por tensões, como os processos de rejeição e afeição se constroem e desconstroem, em um ambiente sem interferencias externas. Também seria interessante observar o sentimento de isolamento e solidão, ante o apartamento do mundo real. Adiante, poderia se criar regras que diminuisse a provisão de comida, ou que os fizesse brigar por esta, como incentivo para o estabelecimento das relações afeto x necessidades básicas, mas não do modo em que é feito, com provas semanais, bobinhas e bancadas por patrocinadores. Penso em algo mais selvagem, próximo do estado de natureza do homem. Algo assim, mais ou menos. Seria interessante. Eu assistiria. Se alguém copiar, quero meus direitos autorais, viu?

2 comentários:

Carlos Pegurski disse...

Um show de Truman otimizado, certo?

Essas ideias me assustam um pouco. É o panoptismo nas suas últimas consequências. Seria frutífero? Provavelmente. Mas a medicina também produziu milagres muito frutíferos em humanos sem alma, escravos, hereges, prisioneiros de guerra... Será que valeu a pena?

Positivista demais, eu creio. Ao meu ver, embora frutífero, humanos não devem ser expostos aos métodos behavioristas.

Márcio disse...

Se me permite a réplica: a diferença do meu modelo para Truman e tudo o que já se fez na história, é que aqui os seres humanos consentem e concordam com a experiência. Diferentemente dos exemplos, ele pode exercer seu livre arbitrio, e escolhe entrar na casa em troca de uma recompensa financeira.