segunda-feira, 22 de março de 2010

Divino

Estava vindo escrever sobre outra coisa (minha viagem) mas acabei de ouvir alguns minutos atrás talvez uma das coisas mais bonitas de minha vida. Confesso que não conhecia "Barcalora" de Offenbach, e merece ser acessado aqui, nessa versão mais que especial. É nesses momentos que acredito verdadeiramente no ser humano. Na sua grandeza e capacidade de criação. Como pode um ser humano criar e executar algo tão divinamente belo? É simplesmente inacreditável que exista algo assim sobre a face da terra. Por isso gosto tanto de musica, e tão pouco de música. Gosto de música como ato de criação do belo, não como reprodução técnica. Por isso talvez goste tanto de ópera. Na ópera, o que se vê é o ápice da potência de um ser humano, sem microfone, sem caixas de som. Está lá um ser humano. Diferente de noventa porcento dos shows de hoje, em que se usam os mais impensáveis recursos tecnológicos para criar a chamada "música". Não deixa de ser criação do ser humano, mas a criação da tecnologia, da aparelhagem, não a criação da beleza da música, feita e reproduzida por computador. Os playbacks da vida, os toques eletronicos que dão ritmo à modernidade, as caixas de som que amplificam as vozes para a multidão. Não gosto de nada disso, pois não é próprio do ser humano. Mas essas vozes! São as vozes de dois anjos. É impensável o quão grande é a beleza do que podemos criar.

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