quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Reflexões duma manhã atípica

Hoje saí completamente da rotina. Não creio que isso seja necessariamente bom, do modo como fiz. Estou escrevendo de manhã, pois faltei à aula da UTFPR. Estou cansado, mas não vou falar disso. Estou escrevendo diretamente no campo do blog, diferentemente do meu costume de escrever no word e copiar para cá. Começei a fazer um trabalho de A.D. (análise do discurso), mas como disse estou de saco cheio de tudo. Mas não é disso que quero falar. Sabe que estou gostando de ter um blog? Estou gostando de escrever aqui, mesmo só tendo três leitores. Curioso como às vezes só consegimos enxergar a nós mesmos quando vemos o outro. Deixa eu explicar. Outro dia desses falava-se mal de uma pessoa. Eu participava da conversa, ainda que mais como ouvinte do que falante (não gosto de falar de outras pessoas, não faz meu estilo). Dizia-se que era ruim, pois ela (a pessoa) era demogoga, gostava de criticar só por criticar, para querer aparecer. Percebi uma coisa: eu também critico, muito, talvez demais. Nunca o fiz para querer aparecer, mas por um senso critico mesmo, chatice talvez, mas faço isso. Mas um pouco que me enxerguei na situação, e penso: talvez não valha a pena criticar for criticar, se não for contribuir em algo, se não houver uma proposta metodológica alternativa. Percebi isso, de verdade. Não vou (nem quero) deixar meu senso critico para trás, mas às vezes não é legal criticar, se não vai acrescentar, principalmente entre os circulos sociais, leia-se amigos. Outra coisa que percebi nesse mesmo dia. Numa outra conversa, falava-se duma professora, e do posicionamento "errado" que tivera ao, falando da questão racial ou algo assim (faltei na aula, então não sei), tratar os negros por "pretos". Resgatei em minha memória um excelente artigo que li alguns meses atrás do Luiz Carlos Azenha em que falava que não importa a demominação que se dê, o respeito vai além de preto ou negro, e para ele (Azenha) era preto e pronto (ele estava defendendo os negros, o artigo é muito mais que isso, resumi de memória. Se tiver saco depois, acho ele, edito e coloco o link). Aí então eu percebi sobre as diferenças de percepção, e a dificuldade que temos para relativizar nossas categorias. Muitos, muitos dos conflitos nescem, eu acredito, de coisas assim, como essas. Para Azenha (e provavelmente pra essa professora) o termo preto resgata alguma coisa que seja até carinhosa, adequada, mas já para minha amiga não, é ofensivo. É dificil muitas vezes, para as pessoas como um todo, a humanidade em si, enxergar com os olhos do outro, e relativizar sua própria percepção de mundo. Entendo o que o outro disse sob minhas perspectivas, mas minha perspectiva não é a do outro. Para mim, algo é ofensivo, para o outro não. Diante disso, me pergunto: como, santo Deus!, ainda conseguimos interagir e conviver, em meio a tanto caos linguistico, semântico, semiótico e simbólico?

PS. Antes que alguem aqui citado se ofenda, não estou falando de vocês, tanto que não há nomes; são apenas relexões inspiradas por vocês. Amo todos.
PS2. O texto vai assim mesmo, sem paragrafos; estou de saco cheio para fazê-los, além de serem, assim como os acentos, apenas construções sociais... Hahaha (isso foi uma ironia). Também a fonte (letra) vai diferente, para diferenciar a atipicidade dessa manhã.

Um comentário:

Carlos Pegurski disse...

Andou falando com o Akira?