Há muito venho enrolando para escrever sobre isso. O que escreverei a seguir, ainda assim, é provisório. Já disse, e costumo repetir: embora seja simpatizante não filiado ao PT, não tenho compromissos ideológicos com o erro. Meu único compromisso é com minha consciência, com o que julgo correto e coerente. Por isso muitas vezes é difícil decidir meu voto. Não sigo simplesmente o partido, pois este também pode errar. No Paraná, a eleição para o governo do estado é ainda mais complexa. Beto Richa é tucano e favorito nas pesquisas. Seu oponente é Osmar Dias, do PDT, apoiado pelo PT/Lula e Requião (que, para quem não sabe, amo). Os demais, nanicos, não têm qualquer relevância. Na teoria, parece simples, mas não é. As relações, por aqui, são mais do que promíscuas.
Osmar hoje apoiado por Lula e Requião é um adversário histórico de ambos. Nas últimas eleições, de 2006, teceu ferrenhas críticas a ambos. Foi além da crítica construtiva e ideológica; eram inimigos. Osmar também é irmão do tucano Álvaro Dias, que dispensa apresentações: é um dos piores crápulas que conheço, que pauta suas ações unicamente por interesses escusos e pessoais, e não pelo bem comum (sim, ainda acredito no bem comum). Não faz a oposição responsável, que, utopicamente, ainda acredito ser possível. Penso que é necessário coerência nas alianças. Não critico alianças que a maioria da "opinião pública" critica, por exemplo, entre Lula e Collor. Entre quando Lula e Collor eram adversários e depois aliados, mudou-se completamente a configuração do cenário. Mudou-se o pensamento, de ambos. Mudou o mundo. É justificável. Mas não seria justificável, por exemplo, uma aliança, hoje, entre Lula e Álvaro Dias, por exemplo. Não existe justificativa para isso. Sei que política tem que ser pragmática, tem que ter alianças, por interesses comuns. Mas algumas são por demais espúrias.
Embora goste de Lula e goste de Requião, não preciso seguir cegamente suas supostas recomendações. Eram inimigos, não eram? Me lembro, ainda hoje, dos humores exaltados de 2006. Não deixarei de gostar de Lula e Requião. Mas sei que em Osmar não votarei. Não voto em Osmar pois acho que um suposto projeto em comum que possam ter estabelecido não é maior do que a história do que se passou. E entre 2006 e hoje não houve uma reconfiguração de cenário que justificaria a mudança de opiniões. Em 2006, Lula já era Lula, o ícone, o grande. E Osmar o criticava. Estarem ambos juntos, hoje, é querer negar o passado recente e dizer para o esquecermos. Não dizem que o povo brasileiro não tem memória? Bom, eu tenho memória. E cobro coerência. Por isso não voto em Osmar. Por isso, e por outras questões. Quais? Dois argumentos, de passagem. Primeiro, Osmar é muito ligado ao setor ruralista; defende interesses de classe muito específicos, que, penso, são legítimos de serem defendidos num parlamento, mas não devem ser contemplados no executivo. Segundo, ele está mais para tucano do que para petista; e ligado à banda pobre dos tucanos, seu irmão Álvaro e cia.
O problema é que seu adversário tampouco é bom. É o tucano Beto Richa. De forma geral, não gosto de tucanos. Não por algum argumento pré-concebido, mas por suas posturas ideológicas, em vários aspectos sobre os quais já escrevi a respeito. Teria muita coisa contra Beto Richa, mas consigo achar com ele mais semelhanças do que dessemelhanças. Richa não é o tucano clássico, do ortodoxismo liberal. Ele representa uma nova era, ao lado de Aécio Neves. Costumo dizer que todo pensamento sectário, seja de direita ou de esquerda, é burro. Não posso concordar com os argumentum ad hominen que vejo por aí, ou seja, argumentos que partem de uma idéia pré-concebida a respeito do sujeito, que dizem que alguém é ruim simplesmente por ser petista ou tucano. Não acho que ser um ou outro faça necessariamente de alguém bom ou mau, embora indique tendências disso. Mas não concordo com o discurso de alguns amigos, e também que leio vida afora, que, por exemplo, os tucanos devem ser derrotados e extintos. Acho que sempre há espaço para todos, e de certa forma é saudável que esses espaços existam; são esses espaços que evitam tencionamentos mais graves. Uma de minhas principais ressalvas quanto aos tucanos é em relação à questões macroeconômicas. Acredito, e a bem-sucedida atuação do governo Lula na crise econômica de 2009 prova isso, que o Estado deve ser ativo e intervir diretamente na economia. Os liberais (tucanos) acreditam que o mercado se regula e o Estado não deve intervir, ou intervir minimamente, com políticas secundárias. Foi essa a atuação de FHC numa crise , menor do que a enfrentada por Lula, que levou o Brasil à falência, literalmente. Mas governador, felizmente, não faz política macroeconômica. Beto Richa não terá, como governador, tal ingerência. Adicionalmente, o fato que Richa tornar-se (e o Paraná junto) uma das estrelas da política nacional não é ruim.
Não gosto mas também não desgosto de Beto Richa. Não me agrada a idéia de votar num tucano. Tampouco me agrada votar em Osmar Dias. Mas de Osmar desgosto. Por tudo que disse, a principio, votarei Beto Richa.
Osmar hoje apoiado por Lula e Requião é um adversário histórico de ambos. Nas últimas eleições, de 2006, teceu ferrenhas críticas a ambos. Foi além da crítica construtiva e ideológica; eram inimigos. Osmar também é irmão do tucano Álvaro Dias, que dispensa apresentações: é um dos piores crápulas que conheço, que pauta suas ações unicamente por interesses escusos e pessoais, e não pelo bem comum (sim, ainda acredito no bem comum). Não faz a oposição responsável, que, utopicamente, ainda acredito ser possível. Penso que é necessário coerência nas alianças. Não critico alianças que a maioria da "opinião pública" critica, por exemplo, entre Lula e Collor. Entre quando Lula e Collor eram adversários e depois aliados, mudou-se completamente a configuração do cenário. Mudou-se o pensamento, de ambos. Mudou o mundo. É justificável. Mas não seria justificável, por exemplo, uma aliança, hoje, entre Lula e Álvaro Dias, por exemplo. Não existe justificativa para isso. Sei que política tem que ser pragmática, tem que ter alianças, por interesses comuns. Mas algumas são por demais espúrias.
Embora goste de Lula e goste de Requião, não preciso seguir cegamente suas supostas recomendações. Eram inimigos, não eram? Me lembro, ainda hoje, dos humores exaltados de 2006. Não deixarei de gostar de Lula e Requião. Mas sei que em Osmar não votarei. Não voto em Osmar pois acho que um suposto projeto em comum que possam ter estabelecido não é maior do que a história do que se passou. E entre 2006 e hoje não houve uma reconfiguração de cenário que justificaria a mudança de opiniões. Em 2006, Lula já era Lula, o ícone, o grande. E Osmar o criticava. Estarem ambos juntos, hoje, é querer negar o passado recente e dizer para o esquecermos. Não dizem que o povo brasileiro não tem memória? Bom, eu tenho memória. E cobro coerência. Por isso não voto em Osmar. Por isso, e por outras questões. Quais? Dois argumentos, de passagem. Primeiro, Osmar é muito ligado ao setor ruralista; defende interesses de classe muito específicos, que, penso, são legítimos de serem defendidos num parlamento, mas não devem ser contemplados no executivo. Segundo, ele está mais para tucano do que para petista; e ligado à banda pobre dos tucanos, seu irmão Álvaro e cia.
O problema é que seu adversário tampouco é bom. É o tucano Beto Richa. De forma geral, não gosto de tucanos. Não por algum argumento pré-concebido, mas por suas posturas ideológicas, em vários aspectos sobre os quais já escrevi a respeito. Teria muita coisa contra Beto Richa, mas consigo achar com ele mais semelhanças do que dessemelhanças. Richa não é o tucano clássico, do ortodoxismo liberal. Ele representa uma nova era, ao lado de Aécio Neves. Costumo dizer que todo pensamento sectário, seja de direita ou de esquerda, é burro. Não posso concordar com os argumentum ad hominen que vejo por aí, ou seja, argumentos que partem de uma idéia pré-concebida a respeito do sujeito, que dizem que alguém é ruim simplesmente por ser petista ou tucano. Não acho que ser um ou outro faça necessariamente de alguém bom ou mau, embora indique tendências disso. Mas não concordo com o discurso de alguns amigos, e também que leio vida afora, que, por exemplo, os tucanos devem ser derrotados e extintos. Acho que sempre há espaço para todos, e de certa forma é saudável que esses espaços existam; são esses espaços que evitam tencionamentos mais graves. Uma de minhas principais ressalvas quanto aos tucanos é em relação à questões macroeconômicas. Acredito, e a bem-sucedida atuação do governo Lula na crise econômica de 2009 prova isso, que o Estado deve ser ativo e intervir diretamente na economia. Os liberais (tucanos) acreditam que o mercado se regula e o Estado não deve intervir, ou intervir minimamente, com políticas secundárias. Foi essa a atuação de FHC numa crise , menor do que a enfrentada por Lula, que levou o Brasil à falência, literalmente. Mas governador, felizmente, não faz política macroeconômica. Beto Richa não terá, como governador, tal ingerência. Adicionalmente, o fato que Richa tornar-se (e o Paraná junto) uma das estrelas da política nacional não é ruim.
Não gosto mas também não desgosto de Beto Richa. Não me agrada a idéia de votar num tucano. Tampouco me agrada votar em Osmar Dias. Mas de Osmar desgosto. Por tudo que disse, a principio, votarei Beto Richa.
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