segunda-feira, 21 de junho de 2010

A imprensa, esta coisa inominável

A imprensa é uma merda. Desculpe o informalismo que empregarei a este texto. Sou um entusiasta da imprensa, mas ao mesmo tempo um crítico do comportamento da mesma. Hoje, no jogo do Brasil contra a Costa do Marfim na Copa do Mundo, ficou bem evidenciado o quanto ela pode ser sugestiva e manipulativa. Fora outras coisas. Dois exemplos. 
Primeiro. Final do jogo e o repórter da TV Globo vai entrevistar Luis Fabiano, que fizera um golaço com ajuda do braço. O jogador está ofegante, como é natural. O reporter pergunta: "foi a mão de Deus?". Luis Fabiano, sem pensar, repete a frase sugerida pelo repórter "foi a mão de Deus, ajuda divina" e completa "mas foi involuntária, então o que fica é a pintura da jogada". Ora, ninguém cansado raciocina para falar. Qual a tendência? Que se aceite as sugestões da fala do entrevistador. No caso de Luis Fabiano ainda respondeu. A parte do "involuntária" era sua resposta. A outra parte? Repetição natural, para assimilação da pergunta. São mecanismos de coesão psíquica. Mas qual a manchete do G1, portal da Globo, nesse momento? " 'Foi a mão de Deus', diz Luis Fabiano". Pra que manipular desse jeito? O jogador não disse isso! Foi o repórter que sugeriu, e Luis Fabiano repetiu a frase, simplesmente. Mas a manipulação não tem fronteiras.
Segundo caso. Ligo agora pouco no Fantástico. Um reporterzinho famoso dos esportes (não sei seu nome, apenas sei que é famoso), faz todo um editorial, opinativo ao extremo, dizendo que a postura de Dunga não é compatível com o esporte, pois, durante a entrevista, o técnico contestou a imprensa, respondeu rispidamente a um repórter da tv Globo, e disse palavrões (achei esse "editorial", está aqui). Passei a amar o Dunga tanto quanto amo o Requião! A imprensa, e sobretudo esses órgãos "famosos", que se acham superiores aos demais, não aceitam ser contestados, não aceitam críticas. Como diz o Doug "a imprensa não é dialética". E não é que ela não apresente o outro lado. Ela não quer deixar que outras vozes surjam. Sempre ela que quer ter a razão. Não aceita ser criticada nem em matéria de futebol, imagine então quando se trata de política.

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