segunda-feira, 28 de junho de 2010

Igreja, massas e comunidade

Sexta passada saí com uma amiga, aqui de Matinhos. No caminho para encontrá-la, passo em frente a uma igreja neopetencostal, dessas da teologia da prosperidade, aquela do R.R. Soares. A grande porta estava aberta e, passando em frente, pude ver seu interior. Apenas algumas pessoas, talvez dez. Na frente, uma senhora, com um microfone, falando algo, pregando. Atentei-me para um fator que diferencia essas igrejas de outras, mais tradicionais. A imagem me destoou por um momento. Pareceu-me algo estranho, contrastante. Demorei a perceber o que havia de errado com aquela cena. Geralmente tais igrejas vivem cheias, lotadas. Elas se baseiam no fenômeno de massas. É estranho ver uma igreja neopetencostal vazia. E aí está o "quê" da questão. Elas precisam se basear em massas. Só assim podem fazer sentido, e existir. No fenômeno de massas, não existe a proximidade com o outro, com a comunidade. Assim como, a partir do meu olhar, não existe nas igrejas neopetencostais a proximidade com a comunidade. 
Me lembro que, quando criança, minha tia convenceu minha mãe a acompanhá-la (e me levar junto) à igreja batista. Frequentamos por um brevíssimo tempo. Também era aqui, em Matinhos. Lá, igualmente à cena que presenciei na última sexta, eram poucas pessoas a cada reunião. Mas veja, enquanto nas neopetencosptais (notadamente Universal e congêneres) o pastor e o "público" estão apartados, e um está ali para salvar o outro, para lhe ensinar o caminho da riqueza ou seja o que o valha, nas igrejas mais tradicionais existe um senso de comunidade. As pessoas saem da reunião e continuam conversando, vão jantar na casa do pastor, e por aí vai. Pode ser apenas etnocentrismo de minha parte, mas não vejo tal senso de comunidade nas igrejas neopetencostais. Por isso, aquela imagem pareceu tão contrastante. E fico a pensar: como poderá se dar, se organizar e existir, uma igreja assim, em cidades pequenas, onde nunca haverá um fenômeno de massas, mesmo por impossibilidades geográficas? É uma questão interessante. Talvez indique limites à expansão desse tipo de igreja, ou a exigência de mudança em sua cultura organizacional caso deseje continuar se expandindo.

sábado, 26 de junho de 2010

Assista

Ia transcreder essas palavras para aqui, mas decidi não fazê-lo. Apenas posso recomendar: assista. São três minutos apenas. Vale a pena. Assista.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Sobre Atitudes de Professor e Profecia Auto-Realizável

Outro dia estava conversando com alguns amigos sobre o que são ou não atitudes condizentes com o ser professor. Tenho muitos outros argumentos, e esse é um assunto que vai longe. Hoje vou me deter sobre um aspecto apenas: a profecia auto-realizável. O professor acredita que o aluno será ruim. Acreditando que o aluno será ruim, ele o torna ruim. Isso pode ser sentido, muito evidente, em dois exemplos opostos que seguem. Nas aulas da Carol, de editoração gráfica, ela sempre dá mais atenção a uns do que a outros. Sendo uma matéria prática, onde se tem que aprender a lidar com softwares de computador, isso é fundamental. Dá mais atenção aos que se interessam e se dedicam mais. Diz ela que o aluno deve mostrar interesse e se motivar. Uns gostam da área, outros não, e ela não pode fazer nada sobre isso. É exatamente o que diz. Uma visão torpe, liberalizante, do ensino. É dever dela motivar, mas não o faz. Reproduz a lógica que já está posta. Aqueles que gostam, ela dá atenção, ignorando aqueles que não gostam, a quem realmente deveria voltar suas atenções. Nas aulas do Zama, de psicologia, volta e meia ele faz perguntas na sala, para os alunos, sobre o conteúdo  que está sendo ensinado. Como o próprio Mario, um dos meus interlocures dessa conversa, observou, ele só pergunta para quem não está "ligado", interessado, na aula. Ele pergunta para quem não está interessado na aula justamente para suscitar o interesse. A pergunta tem esse objetivo: trazer o aluno para a aula, captar sua atenção. Não me lembro de ele ter dirigido perguntas a mim. Ele não precisa fazê-lo, pois sabe que minha atenção já está na aula. Percebe, caro leitor, como são duas atitudes opostas? Uma reproduz o que está posto, a outra tenta alterar isso.  Percebe como uma é a atitude de um verdadeiro professor e a outra não?
Isso me remete a um outro fato. Dia desses, após o ENCOM (evento semestral que é organizado pelo 2º período do curso na disciplina de cerimonial e protocolo de eventos) a Patricia, professora este ano da disciplina, fez um comentário, uma brincadeira, no twitter. Fui em busca, para não citar errado. Data do dia 14 de junho e diz: "Meu livro será: Como transformar um aluno em um mestre de cerimonias de sucesso... Um case de sucesso na UTFPR". Não conheço detalhes do caso, mas posso fazer algumas inferências a partir do que está escrito. Deduzo, por exemplo, que o aluno escolhido este ano para ser o mestre de cerimonias não teria sido o mais recomendado, mas com trabalho, ela conseguiu transformá-lo em um com sucesso, e este portanto é o "case de sucesso". Isso me remete ao meu primeiro período no CTCOM. Em certo momento, estávamos organizando um evento similar (mas menor) ao ENCOM com a Selma (não lembro mais o nome do evento), para apresentar os resultados de um trabalho feito para sua disciplina, laboratório de de textos empresariais. Ela solicitou que alguém teria que ser o mestre de cerimonias. Candidatei-me. Ela respondeu algo como "Ora, o orador precisa ser alguém de voz tranquila, controlada, que sabia falar..." e continuou com seu blá-blá-blá. Aquilo não foi, de forma alguma, uma atitude de professor. Não por que tenha me ofendido; de fato, minha voz não é das mais comuns (e por isso a considero muito boa!). Mas por que essa é a atitude fácil. Atitude que reproduz o que já está posto. Atitude que o mercado tomaria, mas que não deveria ser tomada em uma universidade. Também a Valéria, semestre seguinte, teve atitude semelhante, no sentido de escolher o fácil, o já posto. É o que geralmente ocorre nessas situações. Escolhe-se o já mais capacitado, o que de nada vai acrescentá-lo, e nega-se a oportunidade ao aprendizado a outro, que poderia ser um verdadeiramente benéfico aprendizado. Selma não teve uma atitude de professor, nem a Valéria nessa situação especifica, embora a admire imensamente e ressalte o quanto a considero uma das melhores professoras do curso. A Patricia sim, estando certa minha interpretação de sua palavras, teve essa atitude de professor, que é propiciar um novo aprendizado, e não apenas reproduzir as estruturas postas.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A Monitoria

Outro dia o Zama aventou a possíbilidade de eu ser candidato à monitoria, da disciplina de psicologia. Fiquei moderadamente entusiasmado com a possibilidade. Independentemente do que ocorra, esse é um tema interessante. Eu acredito na monitoria, como um eficiente instrumento pedagógico. Além da preparação para a docência propiciada ao aluno que a exerce, acredito que a monitoria ajuda muito aos próprios alunos que a ela buscam. O aluno monitor, pressupõe-se, tem o domínio da matéria, mas ao mesmo tempo ele também é aluno. Ele está inserido nos sistemas de representações dos alunos, tem os mesmos pressupostos deles. Às vezes o problema entre alunos e professor é de comunicação: falam linguagens diferentes. O aluno-monitor pode ter um diálogo melhor com seus pares, reproduzindo o conteúdo de forma que seja compreensível a eles. Além do acesso. Muitas vezes o aluno, tímido ou algo que o valha, não pergunta, não fala. Teme ser tomado por ignorante. Não sente abertura para chegar ao professor. Essa abertura existe com seu par, outro aluno. Por isso e outros motivos realmente acredito nessa instituição.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Lei e Cultura

Outro dia, navegando pelo youtube, acabo me deparando com um vídeo de um programa do Ratinho (não me perguntem como cheguei nisso pois nem eu mesmo sei) com um debate entre um pastor e um representante do movimento gay. Discutiam sobre um projeto de lei que criminaliza a discriminação contra os homossexuais. Fora outras questões, que já tratei, por exemplo, em um post sobre o direito ao preconceito, ou sobre como o código penal já dá conta das questões que são propostas na nova lei, acredito que a tentativa de conceber essa lei é um grande erro desse movimento. Querem combater a discriminação contra eles, e tentam fazer uma lei. O que estão tentando fazer é mudar a cultura através de uma lei. Cultura não se muda através de leis. É uma coisa que se dá organicamente. Uma coisa que deve ser produzida por meios diversos. Ou melhor, que não é produzida. Leis podem ser complementares a esse processo, mas não serem seu objeto principal, como parece ser na perspectiva desses grupos. Fosse "produzida" a mudança na cultura, então a lei se daria mais facilmente, ou nem seria necessária. Cultura não se muda com leis.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A imprensa, esta coisa inominável

A imprensa é uma merda. Desculpe o informalismo que empregarei a este texto. Sou um entusiasta da imprensa, mas ao mesmo tempo um crítico do comportamento da mesma. Hoje, no jogo do Brasil contra a Costa do Marfim na Copa do Mundo, ficou bem evidenciado o quanto ela pode ser sugestiva e manipulativa. Fora outras coisas. Dois exemplos. 
Primeiro. Final do jogo e o repórter da TV Globo vai entrevistar Luis Fabiano, que fizera um golaço com ajuda do braço. O jogador está ofegante, como é natural. O reporter pergunta: "foi a mão de Deus?". Luis Fabiano, sem pensar, repete a frase sugerida pelo repórter "foi a mão de Deus, ajuda divina" e completa "mas foi involuntária, então o que fica é a pintura da jogada". Ora, ninguém cansado raciocina para falar. Qual a tendência? Que se aceite as sugestões da fala do entrevistador. No caso de Luis Fabiano ainda respondeu. A parte do "involuntária" era sua resposta. A outra parte? Repetição natural, para assimilação da pergunta. São mecanismos de coesão psíquica. Mas qual a manchete do G1, portal da Globo, nesse momento? " 'Foi a mão de Deus', diz Luis Fabiano". Pra que manipular desse jeito? O jogador não disse isso! Foi o repórter que sugeriu, e Luis Fabiano repetiu a frase, simplesmente. Mas a manipulação não tem fronteiras.
Segundo caso. Ligo agora pouco no Fantástico. Um reporterzinho famoso dos esportes (não sei seu nome, apenas sei que é famoso), faz todo um editorial, opinativo ao extremo, dizendo que a postura de Dunga não é compatível com o esporte, pois, durante a entrevista, o técnico contestou a imprensa, respondeu rispidamente a um repórter da tv Globo, e disse palavrões (achei esse "editorial", está aqui). Passei a amar o Dunga tanto quanto amo o Requião! A imprensa, e sobretudo esses órgãos "famosos", que se acham superiores aos demais, não aceitam ser contestados, não aceitam críticas. Como diz o Doug "a imprensa não é dialética". E não é que ela não apresente o outro lado. Ela não quer deixar que outras vozes surjam. Sempre ela que quer ter a razão. Não aceita ser criticada nem em matéria de futebol, imagine então quando se trata de política.

sábado, 19 de junho de 2010

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A Morte

Chego em casa. Abro a internet. Abro a página da Folha, buscando conferir os últimos resultados dos jogos da Copa do Mundo. Deparo-me com uma manchete. Minha reação é "ah, não!" Diz a manchete: "Corpo de Saramago será cremado em Lisboa". José Saramago morreu. Estou realmente chocado e abalado. "Ah, abalado por alguem que vc nem conhecia?", pode dizer alguem. Pois é. Estranho, né? Não lembro se já escrevi aqui sobre isso, mas minha relação com a morte sempre foi um tanto complicada. Bem complicada para dizer a verdade. Mas não vou escrever sobre isso hoje. Não estou no clima. Um dia, quem sabe. Apenas registrar meu sentimento de pesar. Saramago era alguem  que fazia a diferença. Pesar. O que é a vida humana, não é? Podemos refletir sobre isso... Sabe, ela acaba. Na verdade, ela só é bela justamente pois acaba. Mas ainda assim é estranho esse sentimento. Ruim. Ela acaba.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Frustrações passadas e múltiplas possibilidades

Tive que ler um conto de João Guimarães Rosa para um trabalho de psicologia da educação, disciplina extra-curricular que faço. É raro eu ler literatura. Durante um bom tempo gostei muito, mas hoje não leio mais. O motivo, é bem consciente. Ela desperta em mim duas frustações que guardo. Ora, tão novo e já falando em frustações? Talvez não seja o termo adequado, uma vez que não é algo que venha com sentimento negativo, como ocorre geralmente no conceito de frustração. Mas seguemos em frente. Literatura. Frustração. Durante um bom, bom tempo, desejei escrever. Bom, eu escrevo. Mas digo sobre literatura. Na minha adolescencia, meu idolo era Jorge Amado. Li muito Jorge Amado. Queria seguir a carreira de escritor. Escrevia muitos contos. Era bem criativo, acredite ou não. Os contos até que eram bem razoáveis. Mas em algum momento, me dei conta que nunca seria um Jorge Amado. Era mediocre, e não passaria da mediocridade. Eu tenho certo desejo de grandeza, no sentido de que quero fazer a diferença. Hoje, quero fazer a diferença na produção do pensamento academico, social. Na época, queria fazer a diferença na literatura. Mas me dei conta que não o faria. Nunca mais escrevi. Por algum motivo estranho (que certamente Freud deve explicar) minha criatividade foi deixada de lado. Hoje não sou mais tão criativo quanto era, embora ainda tenha bons rasgos desta. Tornei-me mais acadêmico. E a segunda frustração? Lendo, vejo imagens na minha mente. Projeto aquilo, em película. Cada, cada, cada conto, livro, história que leio já idealizo como adaptar, os angulos para filmar, a iluminação, as tomadas. Cinema. O desejo de transformar aquilo em filme. Desejo esse inviável a tantas histórias e que depende de muito, muito além de mim. Outro desejo do que eu poderia ter sido, mas também não fui. Não escrevo como Guimarães, e apesar de saber que poderia filmar sua história de modo realmente muito bom, não basta meu desejo para fazê-lo. Duas coisas que não farei. Coisas essas que retornam, vez em quando. Escrever histórias. Criar grandes filmes, adaptações que ótimos livros. No filme "Primer", em certo momento um personagem pergunta: Por que as coisas são assim? Já pensou em tudo que poderiamos ter sido? E se as coisas fossem diferentes? Quantos caminhos tomamos pela vida, não? O mundo perdeu um escritor, um cineasta, mas ganhou um ótimo chato metido que a analisar os fenômenos sociais. Realmente gosto desse exercicio de pensar sobre as multiplas possibilidades de nossa vida. E você, já pensou em tudo que poderia ter sido? E como as escolhas que fez mudam isso? Interessante, não? Mais interessante é não pensar nisso como passado, mas como presente. As escolhas não foram feitas, mas estão para ser feitas. A cada dia. Todo dia. Escolhemos nosso rumo, no passado, e continuamos escolhendo, no presente. Pense nisso. Pense sobre suas escolhas.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Copa e a Mobilização Nacional

Foi lindo andar pela rua, hoje, e ver o país, literalmente, parado. Lojas, todas fechadas. Onibus no horário do jogo, cancelado. Caminhando pela rua, avisos improvisados colados nas portas dos estabelecimentos. Apenas bares, com pessoas aglutinadas, abertos. É bonita a união em torno de uma causa. É realmente comovente. Alguns paises conseguem essa mobilização em torno de guerras. Nós conseguimos em torno do futebol. Por isso, eu, que não acompanho nem gosto de futebol cotidiano, de quatro em quatro anos engajo-me e mergulho nesse universo. Estamos todos tomados pelo mesmo ideal de ego, diria Freud. Toda uma nação, unida, em torno de um mesmo desejo. Vai dizer que não é bonito?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Duas datas

São duas datas muito similares, o valentine's day, versão americana do dia dos namorados comemorada em fevereiro, e o dia dos namorados nacional, agora em junho. No cerne de ambas, está o marketing nos impulsionando à compra, mas sempre serviu também para me deixar para baixo. É um pouco chato que não tenha com quem compartilhar algumas de minhas coisas, ainda que coisas boas. Só digo uma coisa: esse dia dos namorados foi bem diferente, dos outros dias dos namorados anteriores e do valentine's day que ocorreu em fevereiro último. Duas datas, perto uma da outra, mas diferentes entre si. Nem tão bom assim, ainda não vivido em sua plenitude, até ruim, em certo aspecto, mas uma mudança. Bom.

Edição posterior: o engraçado é que tenho certeza que as pessoas do ctcom vão interpretar maliciosamente e forma errada esse post, por causa de eventos recentes. Ah, não estou dando bola pra isso agora...

domingo, 13 de junho de 2010

A Maconha

Outro dia estava, em uma peculiar situação, debatendo com o Leandro, um dos veterano-mor do CTCOM, sobre a legalização da maconha. Reproduzi a tese, que tomei conhecimento ano passado através do Milhouse da Litoral, e a qual adotei. Em síntese: a maconha só é criminalizada pois isso atende aos interesses econômicos norte-americanos. Ao contrário do tabaco, que nutre a economia americana, a maconha vem de economias do terceiro mundo e só beneficia a essas economias. Essa tese é bem marxista, no sentido de que todas as relações são determinadas pela infra-estrutura, ou seja, a economia. Ele, estranhamente, discordou de mim. “Nem tudo é uma conspiração dos americanos. Boa parte, mas nem tudo”, disse. A frase é boa, e concordo, mas nessa questão acredito realmente existir interesses econômicos e políticos por detrás. O que eu penso sobre o assunto, independente de questões conspiratórias ou não,  é o que segue.
Não acredito que a maconha tenha aspectos benéficos, ou que esses eventuais aspectos superem os aspectos negativos. Acredito que é uma droga e que provoque sérios danos aos indivíduos. Mas não vivemos em uma sociedade em que só existam coisas de aspectos positivo. Pelo contrário, nos deparamos todos os dias com drogas, talvez muito piores, pois são aceitas e toleradas socialmente: tabaco e álcool são só alguns exemplos, talvez os mais clássicos e visíveis. Isso para não falar no marketing, que tantas males provoca.. (ironia). É pura e absoluta hipocrisia alguém que bebe cotidiana e desmedidamente (ou mesmo moderadamente) criticar a maconha. Qual a diferença de ambos, além da anuência social? Ora, se é uma questões cultural, de costumes, lembre-mo-nos que a cultura é mutável. Existe uma similitude de malefícios entre álcool, tabaco e maconha, mas só esta última é criminalizada. Por quê? Aqui entra a tese dos interesses político-econômicos. Mas deixemos isso de lado. Próximo ponto.
Um grave problema social é a criminalidade que existe a partir do tráfico ilegal de drogas. Chegamos em um ponto no qual não conseguimos mais combater essa criminalidade, e sua subseqüência violência, com eficiência. Pragmaticamente falando, a melhor coisa que poderia ser feita para acabar com isso seria legalizá-los. Sob o guarda-chuva da lei, o Estado poderia tentar um controle de nãos mais eficiente do que tem hoje, algo similar ao que faz com o tabaco. Além do fator, claro, dos impostos. Já pensou quanto o governo poderia arrecadar com impostos sobre drogas? (outra ironia, mas nem tanto).
Por isso, meu posicionamento, é em defesa da legalização da maconha. Mas calma lá, pois ainda há grandes ressalvas. Não adianta a maconha ser legalizada apenas no Brasil. O que aconteceria se isso ocorresse, na contramão do mundo? O país que fizer isso apenas se tornaria um centro, um nicho, desse mercado. Atrairia usuários e “investidores” do setor, mas e aí? Tornaria-se talvez uma rota internacional para países em que o produto continuasse proibido. Por isso sou contra a legalização da maconha. Sou contra que ela seja legalizada de modo unilateral, apenas por um país. Se assim o for, trará mais danos que benefícios. Sou a favor sim, que ela seja legalizada mas em escala mundial. Então poderia haver uma mudança de paradigmas que trariam reais mudanças para a sociedade, sobretudo em relação ao combate à violência.

sábado, 12 de junho de 2010

Textos de formação

Eu detesto Reinaldo Azevedo. Discordo de praticamente tudo o que diz. Mas gosto de lê-lo exatamente por que discordo. Não sou um desses tapados que se fecham em suas própias opiniões. Dialético, gosto de ouvir e entender o outro lado, e, eventualmente, mudar de opinião. Ele tem um termo que gosto bastante. O termo é "textos de formação", ou seja, aqueles textos que se distinguem entre os demais, por constituirem uma formação, ou seja, algo essencial de seu pensamento. Escrevi um texto. Pode ser considerado assim, como um texto de formação, que mostra um naco importante de meu pensamento. Em breve (agendado para ser publicado automaticamente na próxima madrugada, afinal, estarei ocupado.. rsrss), estará publicado. Então, não perca.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Flashes

Na última festa do JUCS, open-bar, experimentei a tal Steiheger. Embriaguei-me. A suspensão da consciência às vezes, e muito eventualmente, é boa. Lembro-me apenas de flashes dessa noite. É interessante isso, sabe? A memória sendo constituída de flashes. Me lembro de ter gostado do lugar. Me lembro das músicas, estilo pop rock. Me lembro de puxar a Nina pelo braço, cumprimentando-a e ao Led efusivamente. Logo depois me lembro de ouvir ela comentando “não deveriam servir bebida alcoólica para certos tipos de pessoas” Haha. Me lembro de me apoiar nos ombros de Débora e Alyne ao mesmo tempo, pulando e dizendo sobre a tal bebida “é muito bom!” Lembro-me de, na parte externa, ao ar livre, debater com o Leandro e outros sobre maconha e sua legalização. Me lembro de dizer, sempre efusivo “tudo, tudo, tudo é ditado pelo econômico. Marx é que estava certo” Depois me lembro de, quando a stenheger acabou, pedir e beber vodka pura. Nesse momento, me lembro da Alyne me interpelando, brigando comigo, e dizendo para eu parar de beber. Me lembro de uma coisinha brilhante (como chama mesmo isso? Eu não sei). Bem, aquelas coisinhas brilhantes que as pessoas usam como pulseiras. O Nico tinha uma no copo (A Laffitte havia lhe dado), eu gostei e ele me deu. Parecia uma sabre de luz, e eu fiquei agitando ele, a noite toda. Demorei a lembrar quem é que tinha o sabre de luz verde (cor da minha coisinha brilhante) quando lembrei que era o Yoda, fiquei repetindo e repetindo isso, sobretudo para o Nei, que eu supunha era um dos poucos ali que entenderia. Yoda!, eu gritava, empunhando e mostrando o mini-sabre de luz verde. Depois, dias seguintes, o Nei fez disso humor. Também achei muito engraçado. Me lembro da apartação na saída do guarda-volumes, e de me sentar no chão do ônibus de volta, cansado, já “cozido”, como diz na gíria.  As outras coisas que, dizem, fiz, estas eu não me lembro.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Voltei (ou: JUCS 2010)

Voltei. Como havia avisado, as postagens anteriores que foram pipocando por aqui nesse tempo tinham sido escritas numa tarde, véspera da viagem, na ilha de edição. Serei breve hoje (sem muito tempo). Divertido o JUCS.  Gostei! Não aproveitei em toda sua potencialidade. Poderia ter sido melhor. Mas ainda assim foi bom. Teve seus momentos altos e também baixos, ruins. Mas assim é a vida. Me senti muito mal por ter perdido no xadrez. Teria adorado representar a UTFPR no pódio, conquistando uma boa colocação. Mas enfim.. Gostei de "acampar". Nunca havia feito isso, comprei a barraca e o colchão d'água na véspera, e apesar da dificuldade inicial para montá-los, foi realmente bem divertido. Experimentei e adorei a tal Steinhaeger (é assim que se escreve?), um tipo de destilado chique e caro distribuido grátis numa das festas open-bar. No frigir dos ovos foi uma experiencia legal, diferente das que geralmente tenho, mais academicas. Certamente irei querer voltar a outros jogos.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Serra, Presidência e o Saber

Outro dia, já faz tempo, vi na internet parte de uma entrevista de José Serra, em que ele se mostrou irritado e ríspido com a pergunta de Mirian Leitão sobre os rumos da economia (vi aqui, mas pelo jeito já saiu do ar. Achei outro aqui)  . Em parte da resposta, disse uma frase que considerei emblemática. "Eu entendo da economia” e aí continuou, falando que sabia o que fazer blablabla. Estou fazendo como disciplina optativa Psicologia da Educação, do curso de Letras. O professor, Zama, sempre ressalta: o reconhecimento dos limites e da ignorância, de que não se sabe tudo, é pressuposto indispensável para o aprendizado, inclusive do próprio professor. O professor que passa os ares de que tudo sabe não dá abertura ao aluno e mata nele a vontade de conhecer. Não é através do Zama que conheci essa idéia; ela é uma idéia que já ouvi de outros professores, como o Ivan, da Litoral, e que permeia todo o fazer das ciências, sejam naturais ou sociais. Se você já sabe, e sabe tudo, não tem nada de novo a aprender. O conhecimento morreu.
Por isso considero que o presidente, quanto mais “leigo” for, melhor. Acho que já escrevi aqui, e já repeti esse pensamento, mas volto a ele. O presidente não é um técnico, ele não precisa entender de nada. Ele deve ser um homem justo e bom, que tenha consciência da bondade e da justeza, e se cerque de homens que entendam das coisas. Há um perigo fundamental no pressuposto do já saber: se eu já cheguei numa conclusão, e esta é a certa, não estarei aberto a outras. Aí reside o perigo. As ideias são plurais, e há muitos modos de ver, encarar e entender a economia. É uma coisa bem diferente das ciências exatas em que dois mais dois são quarto, em que se cortando a veia x, terá-se o resultado y. Uma vez que o presidente ache que sabe e se feche em sua visão, corre-se o risco de errar enormemente, pois se estará ignorando as outras possibilidades. 
Nisso, Lula é um exemplo perfeito. "Analfabeto", como gostam de dizer os maliciosos, mas cercou-se dos mais notáveis economistas. Justamente por que não sabia, trouxe para sua equipe as mais diversas correntes, desde o ultra-ortodoxo Henrique Meirelles, o moderado Guido Mantega, o pragmático Antonio Palocci, e até o libertário Mangabeira Unger. Lula ouviu todas opiniões, e umas prevaleceram sobre as outras, é verdade, mas não totalmente. Houve, ainda que em certa medida, uma síntese. 
Se o presidente fosse, por exemplo, Henrique Meirelles, não haveria tal síntese, pois se partiria de um pressuposto, uma visão já determinada do saber. José Serra não é Henrique Meirelles, mas há nele um pressuposto de saber. Afinal, ele entende da economia. Se já entende, não irá procurar outras opiniões. E nossa economia estará refém de uma única visão. O presidente não pode ser assim.

domingo, 6 de junho de 2010

O Sexo e Adam Smith

O sexo é a prova que o liberalismo não funciona. Se a lógica do liberalismo fosse empregada ao ato sexual, muito certamente toda a coisa não daria muito certo. Um dos principios básicos desse regime economico é a célebre formulação de Adam Smith que cada um deve buscar pelos próprios interesses, e se todos buscarem pelos próprios interesses e fizerem de tudo por ele, então como consequencia o todo (a sociedade) também seria beneficiada. Pense em cada um buscando apenas pelo próprio interesse na hora do sexo? Sexo é doação. Quem faz sexo apenas pensando em si, não contentará seu parceiro/a e terá sua relação prejudicada (no sentido de que podria ser melhor). Você tem que se preocupar com o outro. Tem que entender o outro. Buscar não só o seu prazer, mas o prazer do outro. O sexo é um ato belíssimo pois é doação, é preocupação com o outro, mas não só. É sociedade, no sentido societal do termo. União. Complemento. Nem apenas para si, nem apenas para o outro. Juntos. Ambos. Por isso o sexo é um ato belo, que nega a essência do liberalismo. O sexo é comunista.

sábado, 5 de junho de 2010

Questões imateriais

Me impressiona ver as dicussões (discussões positivas, no bom sentido, de debate) do pessoal do Centro Acadêmico de Gestão Pública. Não são discussões acerca do movimento estudantil, ou questões macro. Todas as discussões giram em torno, essencialmente, de dinheiro. Na UFPR (não sei se na UTFPR também é assim) todo centro acadêmico recebe anualmente uma verba de cerca de 4 mil reais, para investimento, custeio, etc e tal. Tudo, tudo, tudo gira em torno do dinheiro. Inventar coisas a fazer com o dinheiro. O que fazer com o dinheiro? Pedir o dinheiro. Receber o dinheiro. 
Não estou criticando as pessoas do C.A. de GP. Estou criticando a concepção política que gira em torno do fascinio pelo dinheiro. Também na gestão dos governos tudo (ou quase tudo) gira em torno do dinheiro, das verbas. "Ah, mas é com dinheiro que se faz as obras, que se materializam os projetos", dizem. Concordo. Em parte somente. É isso, de fato. Mas também é muito mais além do dinheiro. A principal questão de qualquer gestão (seja do CA, seja do país) na verdade não está no dinheiro ou nas verbas. está nas questões imateriais.
Acho que isso é sintetizado um pouco na célebre frase (que gosto muito) de Delfim Netto de que "Crescimento é estado de espírito". Não é uma questão economia, é uma questão "psicológica", por assim dizer. Cabe ao governo, portanto, ser o indutor (outro termo de Delfim que também gosto muito) desse estado de espírito. Para isso, não é necessário dinheiro. São necessárias outras coisas, como geração de confiança, credibilidade, crença pelos investidores no avanço da economia, etc e etc. Um governo não é apenas aquilo que fez materialmente, mas as diretrizes filosóficas que propôs, para onde olhou. Novamente, não é necessário dinheiro. Voltando à questão do centro academico, no caso específico, não é apenas o que fazer com o dinheiro, mas ainda que não houvesse nenhum, quais pontos de vista defender, quais ações incentivar, quais laços institucionais estabelecer, para onde olhar? Tudo é relegado e o dinheiro é que exerce o fascínio.
Guardados certos limites, evidentemente, podemos dizer que dinheiro não importa. O que importa é a vontade. Me lembro agora de uma frase do senso comum, popular, que diz algo como "só quem tem dinheiro não se preocupa com ele". Novamente repito que há que se preservar limites, mas proponho inverter a frase e a lógica da frase. Pensa, na verdade, que é "Só quem se preocupa com dinheiro, não tem dinheiro". É um pouco como no existencialismo: só quem concebe ficar doente e se preocupa com isso, que fica doente; se você não quer ficar doente, não ficará. Se você se preocupa em não ter dinheiro, não terá. Se você abstrai a situação, a relega a segundo plano, então terá dinheiro. Afinal, como estou sustentando, na gestão e não só, na própria vida, as questões que verdadeiramente importam são as questões imateriais.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O TCC que não será feito

Outro dia estava pensando e tive algumas revelações. Novas idéias e pensamentos. Por alguns momentos, até estive em conflito comigo mesmo e com o meu objeto escolhido para fazer o TCC. Pensei por aluns momentos em desistir. Refazer tudo. Cheguei a conclusão que não vale a pena. O TCC é importante, mas nem tanto. Além do que, o objeto que escolhi é bom, continua sendo bom, e não é invalidado (não completamente) por minhas novas idéias.
As novas idéias: todo mundo, todos os grandes autores, de esquerda e de direita, enaltecem a revolução que é a internet. De fato, muda a forma das comunicações. Muda a essencia das relações de poder? Acho que não. A internet subverte alguns aspectos do capitalismo, como a propriedade intelectual, e adota aspectos de compartilhamento, mas faz isso não por ir contra o sistema capitalista. Faz isso justamente para manter o sistema capitalista. Lembrei-me da frase de Lampedusa, em O Leopardo: "É preciso que tudo mude, para que tudo permaneça como está". Essa é a idéia de Florestan Fernandes ao analisar como a abolição da escravatura no Brasil apenas se deu para atender aos interesses economicos de então, assim como a própria revolução burguesa brasileira. Os desenvolvedores de software incentivam, por mais que não pareça, a pirataria de seus produtos. Assim, formam mão de obra qualificada. É de interesse da Microsoft que o mundo inteiro pirateie o Windows, pois assim o mundo inteiro sabe lidar com ele, mas não sabe lidar com o Linux, ou outros. Também a pirataria de filmes tem a mesma lógica, e aí está a minha tese. Por mais combatida que seja, ou supostamente combatida, a pirataria de filmes atende a continuidade da reprodução do american way of life, ou seja, o estilo de vida estadunidense. Por isso filmes que vão contra isso são menos reproduzidos e "compartilhados". A internet se destina a reproduzir o capitalismo, ainda que para isso, precise abrir mão de alguns de seus aspectos.
Fiquei chateado pois tenho fundamentação para isso. Todas as mudanças na história, como no próprio Florestan. Na Cecilia Peruzzo, que faz algo bem semelhante mostrando como as relações públicas também reproduzem o capitalismo. Um trabalho meu, nesse sentido, poderia pegar o capitalismo enquanto Instituição abstrata (sempre gostei do termo Instituição como abstratção de idéias) e a internet como a comunicação institucional para reprodução dessa idéia. Seria um trabalho fodástico. Pena que não será feito no meu TCC. Tudo bem. Isso é passado. Já foi. E além do que minha vida academica está apenas começando. Ainda farei!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mágica

Mágica!
Estou nesse momento no onibus para o JUCS, mas também estou postando isso. Como? Mágica! Não, não. Na verdade, descobri um tempo atrás um recurso do blogger de programar postagens. Coisa básica, provavelmente dirão, mas eu descobri agora, tá? 
Estou escrevendo isso na tarde do dia 02, quarta. Vim pra aula esta manhã, e o onibus pro JUCS só sai à noite. Estou fazendo hora na ilha de edição da CTCOM para esperar. Como não trouxe cadernos, notebook, nem sequer pen-drive (o que iria fazer com pen-drive no JUCS além de correr o risco de perdê-lo?), não tenho nada para fazer. Por isso, estou escrevendo no meu blog. 
Enquanto viajo, deixarei algumas postagens programadas para você, eventualissimo leitor. É um recurso que, cá comigo, considero meio injusto, como uma fraude. Afinal, não será publicado na mesma hora que escrevi ou escolhi publicar. Considero a publicação do blog algo pessoal, que deve ser realmente realizado que hora em que realizo, não programado. Mas vou me valer desse recurso dessa vez. Prometo que as próximas postagens retornarei ao bom e velho método manual. 
Interessante pensar: enquanto isso é publicado automaticamente, o que estarei eu fazendo pessoalmente, na realidade? Bom, talvez escreva sobre isso na volta. Ou não.
Abaços...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Até a volta

Quem me conheçe sabe que gosto do conceito de equilibrio. Acho importante o equilibrio entre as diversas esferas que compõem nossa vida. Nem tanto lá, nem tanto cá, e nada por inteiro. Ontem deixei um livro do Guimaraes Rosa no xerox para o trabalho de psicologia do Zama. Pego e leio quando voltar. Hoje, parto para o JUCS (Jogos Universitários de Comunicação Social). Intelecto e reflexão, sim. São importantes. Mas nesse momento, a ausência do ser encontrada nas festas do JUCS. Também é importante. Até a volta.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A experiencia de editar

Na UTFPR temos a disciplina de linguagem visual. Nela, realizamos um curta-metragem como trabalho final da disciplina. Fizemos o vídeo: eu, o Mario e o Gaucho. Dois, na verdade, pois estavamos em trio (o trabalho original era em duplo, e como eramos a mais deviamos fazer mais um). Passei toda tarde de sábado editando o vídeo. Madrugada de domingo para segunda, editando o outro, mais simples. Sempre gostei dessa área. Gostei ainda mais, agora. É algo cansativo, exaustivo, mas algo que eu adoro.
Os dois videos foram, de certa forma, duas experiencias opostas. O vídeo dos quartos, como informalmente o batizamos, gravamos bem pouco material, mais ou menos como o vídeo iria ser. Por isso a edição foi mais simples, "fácil", ainda que alguns trechos ainda tevessem um bom material. Já o vídeo do dia de chuva (ou do atropelamento, como se queira chamar), tinhamos quase 50 minutos de material bruto, para transformar em um vídeo de resultado final de 1 minuto. Foi uma experiencia interessante pois tinhamos realmente muito, muito material. Muitas e muitas tomadas disponíveis para uma mesma cena. Pense no trabalho de juntar tudo aquilo, todo aquele material bruto. Existem dois sentimentos que advém disso. A dó de jogar fora sequencias inteiras. E a disponibilidade de ter sequencias inteiras para se jogar fora. "Tudo é feito na edição", já disseram. E de fato, é na edição que se faz as escolhas que decidem o filme. Ele pode ser um modo ou de outro. Para a sequencia o atropelamento, por exemplo, eu tinha no mínimo 3 opções bem concretas e bem diferentes entre si de como construir a cena. Tive que optar por uma. Frase do dia: eu realmente gosto de cortar. Juntar cenas. Com pequenas cenas, construir uma nova cena. Às vezes, pegar pequenos pedaços de várias cenas, juntar e construir uma única cena. Múltiplas possíbilidades. Como a vida.