No meu penúltimo post, acho que pareci bem radical contra o capitalismo. Pois bem, vamos às explicações. Não gosto de algumas lógicas do capitalismo, como a que valoriza umas pessoas mais que outras, baseadas no que elas têm; como a lógica que diz que você tem que, obrigatoriamente, ser alguém, e isso está ligado a possuir bens e dinheiro. Mas, apesar de construir essa imagem de ser a antitese ao Renan, não critico totalmente o capitalismo. Acho que o capítalismo tem boas coisas, sinceramente. Não sou radical, apesar que minha imagem eventualmente possa ser transmitida assim. Acho que a coisa que mais desgosto no capitalismo, nem faz parte do capitalismo em essência, mas do liberalismo. É o afastamento do Estado da vida das pessoas, e deixar tudo para as leis de mercado, o livre comércio, a "mão invisivel" do Adam Smith. Acho que essa lógica não funciona, e realmente a rejeito. Acho que o Estado deve intervir para ajudar as pessoas que, por um motivo ou outro, estão desfavorecidas nesse regime. Também prefiro, pessoalmente, um regime de cooperação, e não de competição. Não lembro se já escrevi isso aqui no blog, mas acho que já num dos e-mail's que mandava em massa. Há dois modos de enxergar e viver a vida: em competição, encarando os outros como adversários, ou como cooperação, em que, juntos e ajudando-se mutuamente, todo podem sair vitoriosos. Esse é o meu modo de ver a vida, em cooperação. Mas reconheço que a competição ajudou ao desenvolvimento técnico que temos hoje. Não nego isso, e admito, como uma coisa boa. Me lembro de uma professora da Litoral (não vou citar o nome, pois não é apropriado, né?) comentando comigo, inicio do semestre passado, que não dava valor à publicações, artigos, etc, pois isso era apenas a lógica capitalista de produção, em que, concorrendo, os academicos sempre tinham que produzir e publicar. (era um assunto geral, foi bem antes de meu artigo ser aceito - só esclarecendo). Com todo respeito, mas discordo dela. Ora, a publicação é a efetivação de algum estudo. A avaliação pelo numero de publicações pode não ser o melhor dos méritos, mas teriamos outros? De certa forma, reflete alguma coisa. Essa professora é bem radical, critica absolutamente o capitalismo. Perto dela, me sinto o Renan. Hahaa. Nada contra radicalismo, afinal, cada um tem sua posição de vida. Mas como dizia Tarso Genro, é preciso ter "unidade na mensagem". E por que digo isso? Chega ela, toda faceira, contando das férias, do fim de semana, que passou em seu sitiozinho. Conta as histórias do sitio, das coisas que tem por lá. Muita coisa, não lembro os detalhes. Ora, é no minimo incoerente, criticar o capitalismo, e os capitalistas, e usufruir tal qual um capitalista. Em certo momento, faz uma reclamação qualquer do salário, como se fosse pouco. Ora, se ela considera os cerca de 10 mil que ganha pouco... bem, melhor não falar nada. Ela não reconhece sua situação de classe, se coloca como proletária, quando não o é. Não se reconhece como burguesa, e isso faz dela, no mínimo, hipócrita. Reconheço minha situação. Eu reconheço que sou um burgues. Não tanto quanto ela - não tenho sitio, nem ganho 10 mil - mas burgues. Somente burgueses, por exemplo, podem se dar ao luxo de estudar. E por isso defendo que o Estado intervenha, para que também o filho do catador de lixo possa se dar a esse luxo. Critico aspectos do capitalismo, mas reconheço os beneficios que trouxe. Apenas acho que o capitalismo pode - e deve - ser (muito) aprimorado.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
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