quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Da ubiqüidade e onisciência (Ou era da informação)

Dessa vez vou ser breve (sem tempo para me alongar). Mais um questionamento, do que uma reflexão pronta. A tecnologia, e algumas tecnologias em especifico, criaram (ou propiciaram) ao ser humano o dom da ubiqüidade (ainda que não onipresença, há diferença nos termos). Estou falando do celular. Através dele, você pode estar em muitos lugares, em todo lugar. Agora um paralelo: cada vez mais as informações são abundantes, até excessivas, para os indivíduos. O que tem seu lado positivo (mais informações) carrega no seu bojo o lado negativo, a quantidade de informações faz com que nenhuma seja especial, a importância perde a relevancia frente à superficialidade e necessidade de velocidade. Gosto de pensar no futuro, uma vez que ainda estamos (e somos) na época das cavernas. (Digo que vivemos na época das cavernas frente à toda evolução que o mundo ainda tem por apresentar. É uma pretensão, e uma visão pequena, acreditar que vivemos no “fim da história” como preconizou Fukuyama). Já há, hoje, experimentos para que o cerebro esteja interconctado com computadores, através de chips implantados no córtex, para que os possam controlar com a mente. Portanto, não é infactível acreditar que algum dia, o cérebro possa estar completamente conectado ao computador, e mesmo ser tratado como tal. Já vi em alguma obra de ficção que não me recordo qual, e acredito mesmo que isso, um dia, ocorrerá, que os conteúdos poderão ser “baixados” para nossos cérebros, tal qual hoje fazemos downloads na internet. Veja, isso é tudo especulação, futurismo, ou seja, devaneio. Mas sigamos. A partir do momento que o conteúdo possa ser transmitido ao nosso cérebro através da máquina, seja esse conteúdo informações de um jornal, um mapa, conhecimentos de livros, etc e etc, irá ser criado, no ser humano, o dom da onisciência. Ou ao menos a possibilidade da onisciência. Ainda que a tecnologia nunca, jamais na historia, evolua a tal ponto dessa ficção ser realidade, esse desejo já existe, na sociedade de hoje, traduzida por essas obras de ficção, por essas pesquisas que vão nesse rumo. Agora paro e reflito. Onipresença, onisciência. Coincidência? São dois dos três fatores que definem as características do Deus cristão. Existe uma busca, um desejo, no ser humano de ser Deus. A sociedade moderna (não gosto do termo pós-moderna) mais do que buscar Deus, quer Ser Deus. E se você pensar em ambientes de realidade virtual, tal como tratada na ficção em filmes como “O Vingador do Futuro”, mostram também um desejo da própria onipotência. Uma vez que se está em um ambiente virtual, um mundo à parte, criado por e para você, tudo pode se realizar, conforme seus desejos. Talvez tudo não passe mesmo de ficção, já que baseei-me nesses exemplos para a formulação desse texto, mas a ficção reflete o desejo de seus criadores. E o que isso quer dizer? Vai saber. Eu não sei.

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