Quem me conhece e me lê aqui sabe que gosto do conceito de equilíbrio, embora muitas vezes não consiga pô-lo em prática. Significa dizer que acho que deve existir um equilíbrio entre as diversas esferas que compõem nossa vida, a intelectualidade, o lúdico, os devaneios, o amor... nada que penda para apenas um lado apenas estaria em harmonia, e não poderia levar à algo parecido com satisfação ou plenitude. Já defendo isso faz tempo, mas só nos últimos meses tive contato com Jung. Gostei muito, pois ele defende e escreve nesse mesmo sentido. Para Jung, deve existir um equilíbrio entre o consciente e o inconsciente coletivo, ou seja, entre o racionalismo e a esfera de nossa espiritualidade, o inexplicável. A partir disso Jung faz uma crítica à cultura moderna. No século XX passamos a dar atenção demais ao lado racional, relegando o inconsciente, e este desequilíbrio é um mal, e um mal perigoso. Ele analisa, por exemplo, a ascensão do nazismo não pelo viés político-econômico (que gosto muito, ressalte-se) mas a partir do “recalcamento” (aspas pois esse é um termo freudiano, não dele) do mal. A sociedade do final do século XIX e inicio do XX se queria puritana, boa. Por isso, escondeu-se a existência do mal. Tudo aquilo que é escondido, um dia vem à tona, com mais força, e foi isso que aconteceu com o nazismo; era a concentração da existência do mal negado pela sociedade de então. Se formos analisar a sociedade de hoje (e aqui quem fala é o Márcio, não mais Jung), de fato, as pessoas não têm esse equilíbrio entre o racional e o espiritual. As pessoas religiosas, por exemplo, tendem a negar em boa medida o racionalismo. É algo complicado, que acredito, como Jung, pode gerar muitos males. Para o individuo e para a sociedade. Por isso, apenas reforço minha crença no equilíbrio.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
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