Acabou a pouco o jogo de disputa do 3º lugar da Copa do Mundo de futebol, que para mim atraiu mais atenção que a própria final de amanhã. Uruguai enfrentou a Alemanha. Infelizmente não deu para nossos irmãos. A Alemanha venceu por 3 a 2, mas o jogo foi guerreado, bonito. Nossos irmãos fizeram bonito nessa copa. Perderam com dignidade, bonito. Uma coisa que achei estranha, errada, foi que a platéia vaiava cada vez que o jogador uruguaio (não lembro seu nome) que tirou a bola com a mão contra Gana pegava a bola. Estão considerando como atitude anti-esportiva, ou sei lá o que. São uns tolos, os que assim pensam. Tá, ele interferiu no resultado do jogo, mas e daí? Foi a atitude absolutamente correta, a mais corretíssima a ser tomada. Covarde teria sido em não fazê-lo, e refugiar-se na pseudo-esportividade. Foda-se a esportividade. O que querem é ganhar. O caso é lindo, e merece ser narrado. Uruguai e Gana estavam empatados em 1 a 1 nas quartas de final. Já era segundo tempo da prorrogação. Já passado mais de 15 minutos do segundo tempo da prorrogação (ou seja, no momento de acabar o jogo), Gana vai pro ataque. O Goleiro uruguaio cai. Gana chuta e um jogador uruguaio, posicionado na marca do gol, defende com a perna/corpo. A bola rebate e volta para o jogador de Gana, que chuta novamente, mais alto. Em cima da linha do gol, o jogador do Uruguai defende a bola com a mão, como se fosse o goleiro, impedindo o gol certo. Ele é expulso e é marcado penalti para Gana. Bastava marcar, e o jogo acabava, mas o jogador de Gana chuta para fora, e o jogo vai para os pênaltis. Nos pênaltis, o goleiro do Uruguai defende dois, e o Uruguai vence o jogo e passa para as semi-finais. Lindo. O cara simplesmente foi o herói nacional. Ele salvou sua pátria. Se sacrificou, foi expulso, mas salvou sua nação, que está acima dele. É esse tipo de atitude, esse tipo de doação, que acho bonita. E por isso achava bonita a seleção de Dunga. Apesar de terem perdido para a Holanda nas quartas de final, eles também tinham essa doação, para a seleção acima de si próprios, o que não existia na seleção de astros egoístas e egocêntricos passada, de Parreira, em 2006. Por isso, apesar da nossa derrota, também considero uma vitória, e não uma fracasso como em 2006. Tá, nessa defesa do Uruguai muito provavelmente tem muito de argumentum ad hominen. Ou seja, digo isso pois se trata de um time que eu gosto. Se fosse com a Argentina ou Alemanha, cuja arrogância de ambos não gosto, meu argumento seria o oposto. Mas e daí? Todos escolhemos posições e somos parciais. Ao menos tenho consciencia disso. Achei, sim, muito bonito e correto o que o jogador do Uruguai fez. Merecia ir mais longe na Copa, mas já valeu. Parabéns Uruguai.
sábado, 10 de julho de 2010
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