Ontem pela manhã parei, em um momento, diante do corredor da UTFPR que leva à rampa para os blocos A e B. Estavam pendurando uma faixa. Fiquei adimirando o quão absurda era. Convidava para uma palestra que irá ter, segunda que vem, sobre direito autorais (correção posterios: "propriedade intelectual"). Já naquele momento, me indignei. Mais tarde, já quase noite, entro na internet e descubro, eventualmente, que ontem foi o dia dos direitos autorais. Aí entendi o por que da palestra que haverá. Me causa certa repulsa esse conceito de direitos autorais. Vejo minha querida amiga Mérie retuitar uma frase que mistura alhos e bugalhos, colocando junto direitos autorais e plágio. Plágio, ou seja, a apropriação do que é de outro como sendo de minha autoria, evidentemente é reprovável, além de crime. Mas isso nada tem a ver com direitos autorais. Direito autoral se refere, essencialmente, ao direito de reprodução de determinado conteúdo. O direito autoral morreu. Ele definha diante de nós, e só por isso gera tanto assunto, de gente com interesse economica que tenta mantê-lo vivo. Talvez ainda consigam por mais alguns anos, talvez décadas. Falharão. Desejei escrever um monte sobre o assunto, mas já existe um texto primoroso sque faz isso. É "Economia de Idéias" de John Perry Barlow, que descobri no curso do Sérgio Amadeu, que fiz mês passado. O texto é curto (7 páginas) e pode ser acessado aqui. Vale a pena ser lido. O que eu penso? O conhecimento é livre e não deve ter donos. E o lucro? Ora, existem outras formas de lucrar, e, em última instância, quem realmente produz arte e idéias, não se preocupa com lucro. Quando Shakespeare era vivo não existiam direitos autorais, e isso não impediu que ela fosse Shakespeare e lucrasse com isso. O texto de Barlow diz isso com muito mais propriedade que eu, com preguiça que estou nesse momento de de aprofundar nessa escrita. E sabe de uma coisa que realmente acho muito bonita da filosofia política e do direito? A legitimidade do poder é relacional. Ela só existe a partir do momento que eu o reconheço. A polícia só tem poder sobre mim pois eu reconheço a ela esse poder. Assim como as leis; elas só tem legitimidade, pois eu aceito a lei e a reconheço como lei. Quer saber? Eu não reconheço a lei dos direitos autorais, e portanto, a deslegitimo. Não a cumpro e continuarei não cumprindo. Somos uma rede de centenas de milhões que baixam conteúdo via internet. Direito autoral? Leia o texto de Barlow, vale a pena. Quer saber mais uma coisa? Segunda vou lá na palestra. Primeiro, por que sou dialético e sou civilizado. Tenho minhas posições, mas estou longe de ser um desses militantes com a mentalidade fechada (Deus me livre de me tornar isso, algum dia). Gosto de ouvir o outro lado. E, depois disso (caso não me convença), quero encher muito o saco dos caras, com muitas perguntas e colocações incomodas e impertinentes. Hahaha.
sábado, 24 de abril de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Olá,eu não sei quem é vc, mas sei quem eu sou.E também, deslegitimo o artigo.... E com certeza se vc zuar alguns dos associados da entidade que eu represento para receber os seus direitos autorais, eu também, não quero ser nenhuma aberração, mas com certeza, vou te encher muito o saco, caso vc não me convença que não tem que pagar, direitos autorais.
MarinhoTP.
Sindimuspi@gmail.com
What a Hell?! Da onde surgem essas pessoas, do nada? Ficam monitorando a net, para saber o que se fala a respeito de quem? Eu, hein?!
Nota: encher o saco = contestar racionalmente. Só quem tem medo de estar errado teme um debate, ser contestado. Eu não! Zoar é outra coisa, que não faço. Não fui, pq não tive vontade. Se tivesse visto isso antes, iria lá te dar um oi.
Postar um comentário