Ano passado tivemos aulas de Antropologia com a Valéria. Foi de longe uma das aulas mais deliciosas que já tive. Por mim, a disciplina poderia ocupar a grade horária inteira, durante toda a duração do curso. Claro, aí seria um curso de antropologia, mas eu não veria problemas nisso. Me lembro, num determinado momento, que ela falou sobre a culturalidade do almoço. O ato de almoçar é cultural. "Ao meio-dia", ela deu-se como exemplo, "fico com uma fome terrível.". "Isso também é cultural.", completou. Ela não morreria se ficasse sem almoçar um dia, argumentou, mesmo assim, não consegue ficar sem almoçar, pois a cultura nela a compele nesse sentido.
Minha cultura é diferente. Não tenho fome na hora do almoço, mas sempre almoço. Não pelo almoço, mas pelas sociabilidades por ele geradas. O almoço não é apenas alimentar o corpo, mas um ato social e simbólico. A ilustração máxima disso é a última ceia de Jesus Cristo. Se não me engano é no livro "Cartas entre amigos" do padre Fábio de Melo com o ex-tucano (se é que existe tal coisa) Gabriel Chalita que falam sobre essa representação. Cito de cabeça: compartilhar o alimento com o outro é uma forma de trazer o outro para dentro de mim. Não há nada mais bonito, dizem. Daí o que falo sobre a concepção social e cultural do almoço. Todo dia almoço. Não pela fome. Na verdade, almoço apesar da (ausencia de) fome. Pois, mais uma vez, o almoço tem muitas mais representações.
Esses dias, não tenho almoçado com meus costumeiros amigos, devido a um certo afastamento gerado por certas rusgas (ou brigas). Espero alterar essa situação. Contudo, ela também abre novas oportunidades. Minha amiga Mérie postou outro dia em seu recomendadissimo blog um texto de Charles Bukowski, aqui, em que reflete (interpretação minha) sobre as inúmeras possibilidades de amor que nunca conhecemos e nunca conheceremos. Amamos uma pessoa, mas por amá-la, deixamos de conhecer outras del mil que talvez amassemos mais. Assim é a vida, como um todo. Deixei esses dias de almoçar com meus amigos. Também deixei de almoçar, uma vez que não faz sentido, para mim, a simples ingestão de comida, sem sua concepção social. Hoje, tive uma surpresa quando o Nader me chamou para almoçar com ele, pois não queria comer sozinho. Veterano muito gente boa, nunca havia almoçado com ele. Conheci um novo lugar, o restaurantezinho caseiro ao lado do Djalma. Muito bom, por sinal. Bem melhor do que o R.U. (qualquer coisa é melhor do que o R.U. da UTF) e mais barato que o Dragão. Melhor do que a comida, foi a agradável conversa e a chance de conhecer melhor outra pessoa. Me remetou ao texto de Bukowski, sobre as tantas possíbilidades que nunca conheceremos. Não significa que deixemos o passado para trás. Gosto de almoçar com meus amigos. Mas também, às vezes, é muito bom almoçar com outras pessoas, novas. Uma situação atipica e temporal gerou uma nova oportunidade. Novos amigos. Bom.
Minha cultura é diferente. Não tenho fome na hora do almoço, mas sempre almoço. Não pelo almoço, mas pelas sociabilidades por ele geradas. O almoço não é apenas alimentar o corpo, mas um ato social e simbólico. A ilustração máxima disso é a última ceia de Jesus Cristo. Se não me engano é no livro "Cartas entre amigos" do padre Fábio de Melo com o ex-tucano (se é que existe tal coisa) Gabriel Chalita que falam sobre essa representação. Cito de cabeça: compartilhar o alimento com o outro é uma forma de trazer o outro para dentro de mim. Não há nada mais bonito, dizem. Daí o que falo sobre a concepção social e cultural do almoço. Todo dia almoço. Não pela fome. Na verdade, almoço apesar da (ausencia de) fome. Pois, mais uma vez, o almoço tem muitas mais representações.
Esses dias, não tenho almoçado com meus costumeiros amigos, devido a um certo afastamento gerado por certas rusgas (ou brigas). Espero alterar essa situação. Contudo, ela também abre novas oportunidades. Minha amiga Mérie postou outro dia em seu recomendadissimo blog um texto de Charles Bukowski, aqui, em que reflete (interpretação minha) sobre as inúmeras possibilidades de amor que nunca conhecemos e nunca conheceremos. Amamos uma pessoa, mas por amá-la, deixamos de conhecer outras del mil que talvez amassemos mais. Assim é a vida, como um todo. Deixei esses dias de almoçar com meus amigos. Também deixei de almoçar, uma vez que não faz sentido, para mim, a simples ingestão de comida, sem sua concepção social. Hoje, tive uma surpresa quando o Nader me chamou para almoçar com ele, pois não queria comer sozinho. Veterano muito gente boa, nunca havia almoçado com ele. Conheci um novo lugar, o restaurantezinho caseiro ao lado do Djalma. Muito bom, por sinal. Bem melhor do que o R.U. (qualquer coisa é melhor do que o R.U. da UTF) e mais barato que o Dragão. Melhor do que a comida, foi a agradável conversa e a chance de conhecer melhor outra pessoa. Me remetou ao texto de Bukowski, sobre as tantas possíbilidades que nunca conheceremos. Não significa que deixemos o passado para trás. Gosto de almoçar com meus amigos. Mas também, às vezes, é muito bom almoçar com outras pessoas, novas. Uma situação atipica e temporal gerou uma nova oportunidade. Novos amigos. Bom.
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