Interessante quando estamos no onibus ou andando pela rua ou em qualquer lugar público e cruzamos com as pessoas ou paramos ao seu lado por um momento e ouvimos trechos de suas conversas. Eu, pelo menos, gosto muito desse exercicio de capturar pequenos recortes de suas vidas cotidianas. Outro dia, na rua, passei por dois homens conversando. Capturei uma frase, de um deles, que disse: "essa fase do porquê do Rafael está foda". Presumo, um tanto evidentemente, que Rafael é o filho pequeno daquele homem e está na fase do por quê, que toda criança tem em seu desenvolvimento. Fiquei pensando: por que as pessoas não gostam de responder aos porquês? Eu rio de mim mesmo, pois tenho ainda esse lado bem forte. Sempre desejo saber o por que das coisas, entendê-las, desvendá-las. Acho um movimento normal, coerente, de tentar racionalizar as coisas, entender os porquês do mundo. Uma vez que o porque do outro é sempre subjetivo, não tenho como adivinhar, prever, deduzir. Pergunto. E as pessoas se incomodam em responder. Se incomodam com um adulto lhes perguntando, e se incomodam, como o pai desse exemplo, mesmo com crianças, que é ainda mais natural. Penso que vai ser uma situação um tanto engraçada, quando tiver meus filhos. Bom, talvez eu mude meu jeito de ser, até lá. Mas se eu for como sou hoje, acho que questionado sobre o porque de algo, sentarei diante de meu filho e tentarei analisar todas as implicações da questão. Depois lhe explicarei, em pormenores. Afinal, por que não conversar racionalmente com uma criança? Bom, ou enlouqueço o garoto ou ele crescerá e se tornará muito inteligente. Rsrs. Estou, claro, construindo aqui um esteriótipo de mim mesmo. Mas tem algo que nunca desejo fazer, que é reprimir seus questionamentos do mundo. Quero que meu filho, assim como eu, se pergunte por toda a vida: por quê?
terça-feira, 3 de agosto de 2010
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